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29 abr 2024 02:38


Atos terroristas: Ibaneis pode estar a um passo de reassumir GDF

Após Polícia Federal periciar telefones de Ibaneis Rocha e relatar falta de indícios de conivência e participação de governador em atos terroristas, ministro do STF, Alexandre de Moraes, autoriza devolução de aparelhos e pode sinalizar possível retorno de emedebista ao comando do DF

Por Kleber Karpov

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, autorizou, nesta quinta-feira (9/2), a devolução dos dois celulares do governador afastado Ibaneis Rocha (MDB). A autorização ocorreu, na mesma data em que a Polícia Federal (PF), notificou o STF, sobre o resultado de perícia em dois celulares entregues por Rocha, espontaneamente, para perícia. Rocha teve afastamento autorizado pelo STF, provocado por parte da Advocacia-Geral da União (AGU)(09/Jan), para apuração de eventual participação nos atos terroristas realizados, por golpistas bolsonaristas, ao Palácio do Planalto, Congresso Nacional e STF, em 8 de janeiro.

Segundo conclusão da PF, a “análise da mídia disponível, considerando todo exposto, de forma cronológica, a investigação não revelou atos do governador Ibaneis em mudar planejamento, desfazer ordens de autoridades das forças de segurança, omitir informações a autoridades superiores do governo federal ou mesmo de impedir a repressão do avanço dos manifestantes durante os atos de vandalismo e invasão.”, apontou o portal de notícias Metrópoles, em reportagem (Veja Aqui).

De acordo com informações reveladas pelo Metrópoles, na janela de aproximadamente 24 horas que antecederam os atos terroristas, na Praça dos Três Poderes, o governador do DF, recebeu 36 ligações. Segundo relatório da PF, após às 15h30 do dia 8/1, com o andamento dos atos, foi possível se perceber o trato que Rocha teve diante das instituições dos três poderes.

Ocasião essa, em que o governador, realizou inúmeros contatos com a vice-governadora Celina Leão (Progressista), com o delegado da PF e então secretário-executivo de Segurança Pública do DF, Fernando Sousa; com o ministro da Defesa, José Múcio; com os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco; e com o ministro da Justiça, Flávio Dino.

Ainda de acordo com a PF, no dia anterior, Rocha confirmou a mobilização das forças de segurança do DF, em conversa com o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD/MG), que se mostrou preocupado com possível invasão.

Pacheco havia dito ao chefe do Executivo que a Polícia do Senado estava “um tanto apreensiva” pelas notícias de mobilização e invasão ao Congresso. Ocasião em quer rocha respondeu. “Já estamos mobilizados. Não teremos problemas. Coloquei todas as forças nas ruas”.

Entenda o caso

Na ocasião dos atos terroristas, Rocha exonerou o então secretário de Estado de Segurança Pública do DF (SSPDF), Anderson Torres, na ocasião, em férias na Flórida, nos Estados Unidos. O chefe do executivo acionou ainda Fernando Torres, para que tomasse as medidas necessárias, uma vez que não havia efetivo o suficiente para conter a multidão de bolpistas na Praça dos Três Poderes.

O governador também pediu desculpas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao ministro da Justiça e aos presidentes do STF, a ministra Rosa Weber, do Senado, Rodrigo Pacheco e da Câmara, Arthur Lira (Progressista).

No entanto, naquela mesma data, houve a intervenção, das forças de segurança do DF, por parte de decreto do presidente Lula. E, posteriormente, o afastamento de Rocha do comando do GDF, por 90 dias, para as devidas investigações.

À época da decisão do ministro Alexandre de Moraes, referendado dois dias depois pelo pleno do STF, Moraes afirmou que “absolutamente nada justifica a omissão e conivência do secretário de Segurança Pública e do governador do Distrito Federal com criminosos que, previamente, anunciaram que praticariam atos violentos contra os Poderes constituídos”.

Percepção essa que Rocha fez esclarecimentos ao pedir para ser ouvido, espontaneamente, em depoimento à PF, ocasião em que o governador, já afastado das funções, alegou que “houve algum tipo de sabotagem”, a ser identificado na investigação em andamento. O chefe do Executivo explicou ainda que exonerou Torres, por estar ausente do país no momento do “trágico acontecimento” e, portanto, perdeu a confiança no então secretário.

Importante ressalvar que, Torres, que antes de ser reconduzido à segurança pública do DF, foi ministro da Justiça e Segurança Pública do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL/RJ), teve pedido de prisão decretada em 11 de janeiro. Encarceramento que ocorreu três dias depois, por ocasião de retorno ao Brasil, e se mantém até a presente data.

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