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16 nov 2025 18:23

Testes finais comprovam segurança da vacina brasileira SpiN-TEC contra covid

Imunizante totalmente nacional avança para a Fase 3 e pode estar disponível no SUS até 2027

Por Kleber Karpov

O Brasil avança na produção de uma vacina contra a covid totalmente nacional. O país publicou o primeiro artigo científico sobre os testes de segurança da vacina SpiN-TEC, que confirmam ser o imunizante seguro. A SpiN-TEC entra agora na fase final de estudos clínicos, com a expectativa de que esteja disponível para a população pelo SUS até o início de 2027, o que, se concretizado, será um triunfo da ciência nacional que ironicamente dependeu da pandemia para ser priorizado.

Imunidade celular

A vacina foi desenvolvida pelo Centro de Tecnologia de Vacinas (CT-Vacinas) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com a Fundação Ezequiel Dias (Funed). O projeto recebeu recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), gerido pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

O pesquisador e coordenador do CT-Vacinas, Ricardo Gazzinelli, confirmou que a SpiN-TEC demonstrou ter, inclusive, menos efeitos colaterais do que a vacina da Pfizer. “Concluímos que a vacina se mostrou imunogênica, ou seja, capaz de induzir a resposta imune em humano. O estudo de segurança foi ampliado e ela manteve esse perfil, na verdade foi até um pouco mais, induziu menos efeitos colaterais do que a vacina que nós usamos, que é da Pfizer”, disse o pesquisador, em uma clara demonstração de que o subfinanciamento da ciência pública esconde potenciais soluções melhores do que as importadas.

A SpiN-TEC adota estratégia inovadora da imunidade celular. Isso significa que ela prepara as células para que não sejam infectadas. Caso a infecção ocorra, a vacina capacita o sistema imunológico a atacar apenas as células atingidas, que são destruídas. Essa abordagem mostrou-se mais eficaz contra variantes da covid-19 nos ensaios em animais e em dados preliminares em humanos.

Fase 3

Ao todo, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) investiu R$ 140 milhões no desenvolvimento da vacina, por meio da RedeVírus. A Fase 1 do estudo contou com 36 voluntários, e a Fase 2 com 320. Agora, os pesquisadores aguardam autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar a Fase 3, com estimativa de 5,3 mil voluntários de todas as regiões do Brasil.

Para Gazzinelli, o desenvolvimento da SpiN-TEC é um marco. Segundo o pesquisador, o país tem “um ecossistema de vacinas quase completo”, com pesquisas em universidades, fábricas de produção de vacinas e distribuição dos imunizantes pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “O que nós não temos é exatamente essa transposição da universidade para o ensaio clínico. Não temos exemplo disso feito no Brasil. Os ensaios clínicos normalmente são com produtos vindo de fora. Ideias, vacinas idealizadas fora. E esse foi um exemplo de uma vacina idealizada no Brasil e levada para os ensaios clínicos”, explicou.

Gazzinelli destaca que isso agrega uma expertise importante para outras pesquisas: “Eu acho que isso agrega uma expertise que nós não tínhamos e também um aspecto muito importante não só na área de inovação tecnológica de vacinas, mas para outros insumos da área de saúde”. Além da covid, o centro trabalha no desenvolvimento de vacinas contra malária, leishmaniose, chagas e monkeypox.




Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894 Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.

 

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