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05 dez 2025 02:51

Óbitos no território Yanomami caem 27,6% com avanço da assistência em saúde

Relatório do Ministério da Saúde aponta redução expressiva na mortalidade por malária e desnutrição; número de médicos na região saltou de seis para 63 em dois anos

Por Kleber Karpov

A mortalidade no território Yanomami registrou uma redução de 27,6% na comparação entre o primeiro semestre de 2023 e o mesmo período de 2025. Os dados integram o Informe 8 do Centro de Operações de Emergências (COE) Yanomami, divulgado nesta quarta-feira (12) pelo Ministério da Saúde. O levantamento atribui a melhora nos indicadores ao fortalecimento da capacidade de resposta local e ao aumento de 169% no efetivo de profissionais de saúde na região.

Os índices detalhados revelam quedas significativas nas principais causas de óbitos. As mortes por malária diminuíram 70%, enquanto os casos fatais decorrentes de desnutrição recuaram 70,6%. Já os óbitos provocados por infecções respiratórias apresentaram uma redução de 40,8%. O cenário reflete a ampliação da vacinação, do acompanhamento nutricional e da presença das equipes em área.

O território conta atualmente com 1.855 profissionais, contra apenas 690 no início da declaração de emergência em 2023. O reforço permitiu que o total de atendimentos à população saltasse de 441 mil para mais de 470 mil no período analisado. A presença médica também foi consolidada: o número de médicos nas Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena (EMSI) passou de seis, em 2023, para 63 no primeiro semestre de 2025.

Atendimentos e remoções

O volume de atendimentos médicos mais que dobrou desde o início da intervenção federal. Os registros passaram de 8.341 no primeiro semestre de 2023 para 19.184 nos primeiros seis meses de 2025. A maior resolutividade da atenção primária impactou diretamente a logística de remoções de pacientes.

Houve uma queda de 25% nas remoções de urgência e emergência, que baixaram de 1.817 para 1.364 casos entre 2024 e 2025. Em contrapartida, as remoções eletivas praticamente dobraram, o que indica um aprimoramento no planejamento assistencial e na organização dos fluxos, permitindo deslocamentos programados com menor risco aos pacientes.

Combate à malária

A estratégia de enfrentamento à malária focou na ampliação do diagnóstico e tratamento precoce. O Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Yanomami aumentou em 103,7% a realização de testes rápidos e busca ativa, inclusive em assintomáticos, na comparação com 2023.

A letalidade da doença apresentou redução progressiva. Os dados mostram que a vigilância manteve alta capacidade de detecção, o que resultou na queda de óbitos pela doença de 10 casos, no início do monitoramento, para três em 2025.

Vigilância nutricional e vacinação

O monitoramento nutricional das crianças avançou de 67% de cobertura para 81,7%. Atualmente, 49,7% das crianças menores de cinco anos apresentam peso adequado. O relatório destaca ainda a redução do déficit de peso grave, que passou de 24,5% para 19,8% entre 2024 e 2025, sinalizando uma transição para quadros clínicos menos críticos.

Na imunização, o Esquema Vacinal Completo (EVC) registrou evolução contínua. Entre menores de um ano, a cobertura subiu de 32,2% para 57,8%. Já na faixa etária de menores de cinco anos, o índice passou de 53,5% para 73,5%, consolidando a proteção imunológica no território.

Infraestrutura de atendimento

O governo federal inaugurou, em setembro de 2025, o primeiro Centro de Referência em Saúde Indígena (CRSI) do país, localizado em Surucucu (RR). A unidade recebeu investimento de R$ 29 milhões e tem capacidade para resolver casos agudos localmente. Até o momento, o centro solucionou 71,1% das ocorrências no próprio território, evitando 64 remoções para a capital Boa Vista.

Para os casos que exigem transferência, foi estruturada a Unidade de Retaguarda Hospitalar dos Povos Indígenas (URHPI), vinculada ao Hospital Universitário da Universidade Federal de Roraima. O local dispõe de 36 leitos adaptados culturalmente para o acolhimento especializado.

Além das ações assistenciais, o Ministério da Saúde investiu R$ 222 milhões em saneamento para combater a contaminação por mercúrio e doenças de veiculação hídrica. As obras beneficiaram mais de 142 mil indígenas na Amazônia Legal com sistemas de abastecimento de água e distribuição de filtros com nanotecnologia.




Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894 Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.

 

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