Por Kleber Karpov
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta quinta-feira (25/Set) a criação de uma delegacia especializada no combate a crimes contra o sistema financeiro, que funcionará dentro da estrutura da Receita Federal. O anúncio ocorreu no mesmo dia da Operação Spare, que investiga uma organização criminosa suspeita de lavar dinheiro do PCC por meio de postos de combustíveis, fintechs e exploração de jogos de azar.
“Essa delegacia vai combater de forma estruturada o crime organizado, bem como a intersecção entre o crime organizado e a economia real”, explicou o ministro. A proposta para a nova unidade será enviada nas próximas semanas ao Ministério da Gestão e Inovação (MGI).
A Operação Spare, um desdobramento da Operação Carbono Oculto, cumpriu 25 mandados de busca e apreensão. Segundo Haddad, as investigações foram motivadas pela discrepância fiscal das empresas-alvo. “[As empresas] Movimentavam R$ 4,5 bilhões e pagavam tributos sobre apenas 0,1% desse montante. E isso despertou a atenção da Receita”, disse.
Facções na economia formal
Durante a ação, foram apreendidos quase R$ 1 milhão em espécie, além de 20 celulares, computadores e uma arma de fogo. O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, alertou para a diversificação das atividades de grupos criminosos. “As facções criminosas passaram muito tempo priorizando o tráfico de entorpecentes, mas novas estruturas têm possibilitado que elas atuem em outras frentes, inclusive na economia formal e no ambiente político”, afirmou.
O promotor Silvio Loubeh, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), detalhou que as investigações começaram a partir de suspeitas sobre casas de jogos na Baixada Santista. “Investigando as empresas que recebiam esses recursos, identificamos dois postos de combustíveis envolvidos com lavagem de dinheiro. A partir daí, identificamos um grupo criminoso responsável pelo branqueamento de capitais não só por meio dos dois postos, os envolvidos controlavam também outros estabelecimentos no setor de combustíveis, uma rede de motéis e empresas de fachada que movimentaram milhões de reais”, completou.
O secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, defendeu a necessidade de maior controle na importação de petróleo e derivados para coibir a infiltração do crime organizado. “É uma série de avanços que precisaremos fazer para combater essa infiltração tão ampla”, disse.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.










