Por Kleber Karpov
A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quarta-feira (03/Dez), uma operação de busca e apreensão nas dependências da 13ª Vara Federal de Curitiba, juízo de origem da Operação Lava Jato. A diligência cumpre determinação do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), e tem como objetivo recolher documentos referentes à atuação do senador Sérgio Moro (União-PR) durante sua titularidade na magistratura.
A ordem judicial visa apreender materiais insistentemente solicitados pelo Supremo, mas que ainda não haviam sido encaminhados pela serventia judicial paranaense. O foco da varredura são autos físicos e digitais relacionados a processos antigos, anteriores à Lava Jato, que podem corroborar as denúncias de irregularidades na condução de investigações criminais na época em que Moro chefiava a vara.
Tony Garcia
A operação integra um inquérito sigiloso aberto no ano passado a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). O estopim da investigação foram os depoimentos do empresário e ex-deputado estadual Tony Garcia.
Garcia firmou acordo de colaboração premiada em 2004, após ser preso por gestão fraudulenta do Consórcio Nacional Garibaldi. Ele acusa o ex-juiz, Moro, de o ter transformado em um “agente infiltrado” informal, além de o coagir a gravar conversas de políticos e autoridades com foro privilegiado sob ameaça de prisão.
Segundo o delator, essa atuação clandestina servia para municiar o magistrado com informações fora dos autos oficiais, funcionando como ferramenta de pressão política e jurídica.
Defesa de Moro
Por meio de nota oficial, Moro reagiu à operação ao que classificou de “fantasiosos” os relatos de Garcia. O parlamentar argumenta que não houve irregularidades nos processos que levaram à condenação do empresário há quase duas décadas.
“O senador não tem qualquer preocupação com o amplo acesso pelo STF aos processos que atuou como juiz. Essas diligências apenas confirmarão que os relatos de Tony Garcia são mentirosos”, afirmou Moro em comunicado à imprensa.
A defesa do ex-juiz também questiona a competência do STF para conduzir o caso. O argumento é que os fatos investigados ocorreram antes de Moro assumir o mandato parlamentar ou o Ministério da Justiça, não havendo conexão com suas funções atuais.
A Justiça Federal do Paraná informou que não se manifestará sobre a ação da Polícia Federal.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.










