Por Kleber Karpov
A proximidade da Black Friday, marcada para o dia 28 de novembro, acende o alerta para o aumento de tentativas de fraudes digitais que utilizam tecnologias avançadas para enganar consumidores. Especialistas em segurança da informação indicam que o uso de inteligência artificial e estratégias de engenharia social tornaram os golpes mais difíceis de serem detectados durante o período de maior volume de transações do comércio eletrônico.
Uso de tecnologia nas fraudes

Os criminosos têm aproveitado o alto tráfego de dados e a urgência por descontos para aplicar golpes que ultrapassam o envio de e-mails falsos. Washington Bruno, diretor de Segurança da Informação da Globalweb, explica que o cenário atual envolve a clonagem de sites de grandes varejistas e a manipulação de códigos para desvio de pagamentos.
“Hoje lidamos com sites falsos que imitam grandes varejistas, QR Codes adulterados para fraudes via Pix, perfis falsos em marketplaces e até deepfakes de voz ou imagem. Tudo isso impulsionado por IA, que automatiza desde a criação de perfis até a personalização de mensagens para o público-alvo”, afirmou Washington Bruno.
Dados e perfil das vítimas
O monitoramento realizado pelo Serasa Experian durante a edição de 2024 registrou 5,2 milhões de transações e um volume de vendas de R$ 3,5 bilhões entre os dias 28 de novembro e 1º de dezembro. O sistema interceptou 32,4 mil tentativas de fraude, o que evitou um prejuízo estimado em R$ 51,8 milhões para empresas e consumidores.
A análise do comportamento de consumo revelou que a Geração Y liderou o volume de compras, com mais de 2 milhões de transações. Embora as mulheres tenham realizado a maior quantidade de compras, os homens foram os alvos preferenciais das tentativas de fraude, representando cerca de 30% dos ataques.
Horários críticos
O período da madrugada apresenta o maior risco para os consumidores. Dados indicam que a taxa de tentativa de fraude dobrou entre 0h e 2h da manhã, atingindo um pico de 2% às 3h. Washington Bruno destaca que os criminosos exploram o cansaço e a menor atenção do usuário nesses horários para agir com precisão.
Geograficamente, o Mapa da Fraude da ClearSale apontou que a região Sudeste concentrou o maior volume do comércio eletrônico, com 3,1 milhões de compras e 0,6% de bloqueios preventivos. A região Norte, apesar do volume menor de 130 mil pedidos, registrou a maior taxa proporcional de tentativas de golpe, com 1,04% das transações identificadas como ataques.
Riscos no pagamento instantâneo
O sistema de pagamento via Pix, utilizado em mais de 570 mil pedidos na edição anterior, requer cautela adicional por não passar pelos mesmos filtros de segurança dos cartões de crédito. Golpes frequentes envolvem a alteração de chaves e QR Codes para direcionar valores a contas de terceiros.
Medidas de segurança recomendadas
Para mitigar os riscos durante o evento, recomenda-se que o consumidor evite clicar em links recebidos por mensagens e prefira digitar o endereço da loja diretamente no navegador. É fundamental verificar o destinatário do pagamento antes de confirmar transferências via Pix e ativar a autenticação de dois fatores em todas as contas digitais. “A prevenção precisa ser inteligente, integrada e constante. Promoção não deve custar sua segurança”, concluiu Washington Bruno.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.










