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29 abr 2024 00:00


Profissionais da saúde mental do DF se reúnem para trocar experiências bem-sucedidas

Fórum busca passar para frente exemplos que impactaram positivamente a vida de pacientes da rede. Equipes dos serviços especializados da área terão supervisão clínico-institucional de oito especialistas durante todo o ano

Por Michelle Horovits

Profissionais de saúde mental do Distrito Federal reuniram-se nesta sexta-feira (15) no Fórum do Projeto de Supervisão Clínico-Institucional na Rede de Atenção Psicossocial. O objetivo foi trocar experiências bem-sucedidas e usá-las como exemplo para aprimorar os serviços da rede. O evento faz parte das ações previstas no convênio firmado entre a Secretaria de Saúde (SES-DF) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em maio de 2022.

Entre os casos de sucesso na capital estão aulas de fotografia no combate à depressão, de culinária e cultivo de hortas terapêuticas. O sucesso do grupo “Corrida Pé na Estrada” e do “Papo de Homem” no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (Caps AD) II de Sobradinho II também renderam várias perguntas. Este último busca debater a violência de gênero, com foco na saúde mental.

Para a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, o convênio possui o potencial de não só melhorar os serviços como também promover a continuidade do atendimento, especialmente em um contexto marcado pelos desafios impostos durante a pandemia. “Esse trabalho conjunto busca a qualificação da atenção em saúde mental. As pessoas em sofrimento têm o direito de receber cuidado e tratamento sem abrir mão do seu lugar de cidadã, de sua liberdade.”

Qualificação

Ao longo de todo este ano, equipes dos serviços especializados de saúde mental do DF terão a supervisão clínico-institucional de oito profissionais com expertise na área. Eles contribuirão com o aperfeiçoamento da rede de Atenção Psicossocial Especializada por meio da discussão de casos e de novas ideias de atendimentos e tratamentos. A iniciativa terá impacto direto em 504 profissionais de saúde, servidores dos Caps.

A Rede de Atenção Psicossocial (Raps) do DF conta com 18 centros psicossociais distribuídos pelas regiões de saúde da capital, em pleno funcionamento. Atualmente, são 316 psicólogos e 100 psiquiatras na ativa, além de profissionais de outras carreiras.

Profissionais de saúde mental se reuniram durante o período da tarde para debater casos de sucesso no DF. Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF

Feira de ideias

O fórum reuniu usuários, familiares, profissionais de saúde, gestores, representantes de redes intersetoriais, supervisores clínicos institucionais e equipes da SES-DF e da Fiocruz Brasília para debater os desafios e avanços em suas respectivas áreas de atuação.

“Nossa expectativa é que as equipes dos Caps do DF sejam fortalecidas e que este evento seja uma grande feira de compartilhamento, encontros e celebração do cuidado integral, de qualidade, inovação e compromisso com o bem-estar da comunidade”, explicou a diretora de saúde mental da SES-DF, Fernanda Falcomer.

Segundo a representante da Fiocruz Brasília Anna Pontes, o fórum está estruturado em torno de três eixos temáticos: Inovações em práticas de Promoção da Contratualidade no Território; Inovações em Estratégias para o Atendimento Domiciliar; e Práticas Inovadoras para a Articulação de Redes Intra e Intersetoriais. “Estamos focados no fortalecimento da rede intersetorial de saúde mental dentro do DF”, afirmou.

Diretora da Saúde Mental, Fernanda Falcomer reuniu usuários, familiares, profissionais de saúde, gestores, representantes de redes intersetoriais, supervisores clínicos institucionais e equipes da SES-DF e da Fiocruz Brasília para compartilhar suas experiências. Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF.

Uma das participantes, a assistente social Waleska Batista destacou o que aprendeu sobre articulação em rede e como os serviços têm desenvolvido essa atividade. “Essa troca foi importante para conseguirmos tirar novas estratégias, como uma rede que não tem transporte e pode conseguir articulação entre as redes para resolver um problema e se apoiar.”

Centros da rede

Os Caps são pontos de atenção estratégicos de caráter aberto e comunitário, formado por uma equipe multiprofissional que atua sob a ótica interdisciplinar. Os atendimentos são prioritariamente voltados às pessoas com sofrimento ou transtorno mental, incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas, seja em situações de crise ou nos processos de reabilitação psicossocial.

 

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