Por Kleber Karpov
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste sábado (29), por meio de sua rede social Truth Social, que o espaço aéreo da Venezuela deve ser considerado “fechado em sua totalidade”. A declaração, que não foi acompanhada imediatamente de detalhes operacionais por agências reguladoras como a Federal Aviation Administration (FAA), elevou a tensão diplomática na região e gerou incertezas para a aviação civil internacional.
Anúncio na rede social
Em publicação realizada na manhã deste sábado, Trump dirigiu-se especificamente a companhias aéreas, pilotos e grupos criminosos. O texto, escrito parcialmente em letras maiúsculas, adotou um tom de ultimato.
“A todas as Companhias Aéreas, Pilotos, Traficantes de Drogas e Traficantes de Seres Humanos, por favor, considerem O ESPAÇO AÉREO ACIMA E AO REDOR DA VENEZUELA FECHADO EM SUA TOTALIDADE”, escreveu o presidente norte-americano.
Reação de Caracas
O governo de Nicolás Maduro reagiu prontamente à publicação. O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, emitiu um comunicado no qual “denuncia e condena a ameaça colonialista” representada pela fala de Trump. Segundo a chancelaria venezuelana, a declaração é incompatível com os princípios do direito internacional e busca minar a soberania e a integridade territorial do país sul-americano.
Como retaliação imediata, Caracas anunciou a suspensão dos voos de repatriação de migrantes venezuelanos provenientes dos Estados Unidos, que vinham ocorrendo semanalmente após acordos bilaterais prévios.
Crise no setor aéreo
A medida agrava o isolamento aéreo da Venezuela. Na semana anterior, a FAA já havia emitido alertas sobre “situações potencialmente perigosas” para a aviação civil na região, devido ao aumento da atividade militar. Em resposta ao alerta norte-americano, seis grandes companhias aéreas — incluindo a brasileira GOL, a Latam, a Avianca e as europeias Iberia e TAP — suspenderam suas operações para Caracas.
O governo venezuelano, por sua vez, revogou as licenças de operação dessas empresas, acusando-as de colaborar com o que chamou de “terrorismo de Estado” promovido por Washington.
Contexto militar e Operação Southern Spear
A declaração de fechamento do espaço aéreo ocorre em meio a uma escalada militar no Caribe. O governo Trump intensificou a presença de navios de guerra na costa venezuelana sob a justificativa de combate ao narcotráfico, na chamada “Operação Southern Spear” (Lança do Sul).
Fontes ligadas à Casa Branca indicam que o Pentágono apresentou opções que incluem ataques a instalações utilizadas para o tráfico de drogas. Desde setembro, operações navais norte-americanas na região já resultaram na interceptação de embarcações e em confrontos, reforçando a retórica de pressão máxima contra a administração de Maduro.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.










