Por Kleber Karpov
Um menino brasileiro de nove anos sofreu a amputação parcial de dois dedos em uma escola em Cinfães, Portugal, no dia 10 de novembro (10/Nov). A mãe do garoto e políticos portugueses suspeitam que o caso se trata de uma agressão motivada por xenofobia e racismo. A Escola Básica Fonte Coberta, onde o incidente ocorreu, teria classificado o ferimento como acidente ao se comunicar com a mãe.
Relatos da mãe da criança indicam que o filho era alvo de bullying por outros estudantes. A agressão teria ocorrido quando estudantes usaram a porta do banheiro para pressionar os dedos do menino. A mãe da criança, Nívea Estevam, usou as redes sociais para denunciar o caso e contatou a polícia pública portuguesa, uma vez que o filho estava sob responsabilidade da escola no momento do ocorrido.
Nívea Estevam afirmou ter sido mal atendida pelos policiais, especialmente após informar sobre a possibilidade de a agressão ter motivação racista, uma vez que o filho é negro. O policial teria dito que não iria tolerar que se falasse em racismo ou xenofobia, sob a justificativa de que todos seriam iguais em Portugal. O policial também teria reforçado que, se a escola disse que foi acidental, o ocorrido, de fato, teria sido um acidente.
Repercussão e investigação
O caso chamou a atenção da mídia portuguesa. A coordenadora do Bloco da Esquerda (BE), Mariana Mortágua, questionou o Ministério da Educação de Portugal sobre a possibilidade de o incidente se tratar de mais um caso de racismo e xenofobia nas escolas daquele país.
O presidente da Câmara Municipal de Cinfães, Carlos Cardoso, informou ter conversado com um diretor da escola. O diretor teria assegurado que já estava em curso um processo interno para se averiguar o caso. Além disso, a Comissão de Proteção de Criança e Jovens de Cinfães informou que deve analisar a situação de acordo com a lei de promoção e proteção de crianças e jovens.
Procurado pela Agência Brasil, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty) informou que permanece à disposição para prestar a assistência consular cabível ao caso. Contudo, por questões legais, o Itamaraty não pode divulgar informações pessoais de cidadãos que requisitam serviços consulares.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.










