Por Kleber Karpov
Apenas um terço dos atendimentos (35%) registrados na Atenção Primária à Saúde (APS) do Distrito Federal (DF) refere-se à população do sexo masculino. Essa média se configura como baixa, visto que os homens representam 48% da população distrital. A taxa é particularmente menor nas demandas agendadas: até outubro de 2025, somente 31% dos atendimentos agendados foram para homens. O número é um recorde, sendo historicamente inferior a 18,5% nos últimos três anos.
O assessor de Política de Prevenção e Controle do Câncer, Gustavo Ribas, explica que essa resistência deve ser resultado de um estereótipo de masculinidade. Esse fator desincentiva os homens a procurar os serviços de saúde, pois isso pode ser interpretado como um sinal de vulnerabilidade.
Detecção precoce
A campanha Novembro Azul busca chamar a atenção para os cuidados com a saúde do homem e, em especial, para a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de próstata. Este é o câncer com maior incidência na população masculina, excluindo os tumores de pele não melanoma, e o segundo que mais causa mortes de homens no Brasil.
A idade é um fator de risco determinante, com aproximadamente 75% dos diagnósticos em homens com 65 anos ou mais. A história familiar da doença e fatores relacionados ao estilo de vida, como o sedentarismo, a obesidade e a alimentação rica em gorduras, também pesam na estatística.
O médico Gustavo Ribas ressalta a necessidade de se mudar essa cultura. “É importante mudar essa cultura e conscientizar que a partir de um diagnóstico precoce é possível evitar estágios avançados e promover a cura de muitas doenças”, afirmou Ribas.
Rastreamento não é recomendado
É importante diferenciar o diagnóstico precoce do rastreamento. O diagnóstico precoce se configura na identificação do câncer em estágios iniciais em pessoas que já apresentam sinais e sintomas. O rastreamento, por sua vez, é a aplicação sistemática de exames em indivíduos assintomáticos, com o objetivo de se identificar o câncer em estágio inicial.
O Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomendam que se realize o rastreamento do câncer de próstata em homens assintomáticos. O recomendado é que os homens procurem se informar sobre os riscos e os benefícios que envolvem a realização desses exames de rotina.
As Unidades Básicas de Saúde (UBS) devem ser a porta de entrada para os principais problemas de saúde. Ao ser acolhido por um profissional da equipe de Saúde da Família, as informações devem ser coletadas e a necessidade de se encaminhar para consultas com outros especialistas avaliada.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.










