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20 abr 2025 04:14

Distrito Federal reporta primeiro caso de sarampo

Doença potencialmente grave e altamente contagiosa com transmissão pelo ar preocupa por poder evoluir para doenças que podem levar ao óbito, com alta incidência em crianças de até cinco anos

Por Kleber Karpov

A Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF) reportou o primeiro caso de sarampo no Distrito Federal, confirmação essa identificada na segunda-feira (17/Mar). Segundo a SSES-DF se trata de uma paciente infectada, com idade entre 30 a 39 anos e histórico de viagens internacionais. A usuária do SUS não teve complicações e tampouco precisou ser hospitalizada.

De acordo com a Secretaria, a paciente apresentou os primeiros sintomas em 27 de fevereiro e as manchas vermelhas na pele surgiram em 1º de março. A confirmação ocorreu após exames laboratoriais realizados no Laboratório Central do Distrito Federal (Lacen-DF) e na Fundação Oswaldo Cruz do Rio de Janeiro (Fiocruz-RJ).

Segundo aponta a Pasta, ainda nos primeiros sintomas de sarampo, a SES-DF aditou medidas preventivas, a exemplo de realização de busca ativa, de 278 pessoas que tiveram contato com a paciente, já domiciliar para evitar a disseminação. A Secretaria realizou orientações sobre a doença, sinais de alerta, verificação do cartão de vacinação e bloqueio vacinal seletivo — estratégia que deve ser aplicada no prazo máximo de 72 horas após a exposição ao vírus para interromper a cadeia de transmissão.

Ainda na terça-feira (18/Mar), a SES-DF notificou toda rede pública e privada de saúde sobre o caso, além de orientar as unidades de saúde para se atentarem para casos suspeitos.

“O objetivo do comunicado é alertar toda a rede, tanto pública quanto privada, de que houve um caso. Não há indícios de novos registros. No entanto, é essencial que todos estejam em alerta e que a população tenha, pelo menos, uma dose da vacina”, explicou  o subsecretário de Vigilância à Saúde da SES-DF, Fabiano dos Anjos.

Alta taxa de transmissão

Com tais medidas SES-DF ligou o sinal de alerta, uma vez que o sarampo, se trata de uma doença potencialmente grave e altamente contagiosa, causada por um vírus da família paramyxorividae. Com ocorrência apenas em humanos, normalmente transmitido por meio de contato direto e pelo ar, uma vez infectado, a carga viral infecta o trato respiratório e se espalha por todo o corpo.

Casos no mundo

O alerta Epidemiológico Sarampo na Região das Américas da Organização Panamericana da Saúde (OPAS) de registros mensais de vigilância do sarampo e da rubéola da Organização Mundial da Saúde (OMS), de 28 de fevereiro, em 2025, aponta que até 1 de fevereiro de 2025, foram contabilizados um total de 7.633 casos suspeitos de sarampo, notificados em 54 Estados Membros nas seis regiões da OMS. Desses, 3.098 (40,6%) foram confirmados por laboratório, com base em critérios clínicos ou epidemiológicos.

Em janeiro a OMS alertou para o aumento de casos de sarampo no mundo e reforçou a importância da vacinação para prevenir a disseminação da doença. Estudo da Organização em conjunto com a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) apontou na Europa um total de 127.350 ocorrências de casos de sarampo em 2024, o dobro do número registrado em 2023.

“Os casos de sarampo estão aumentando. É uma das doenças mais transmissíveis. Se uma pessoa se contamina, quase todos ao seu redor vão pegar o vírus, se não estiverem vacinados. Para proteger sua criança, garanta que as vacinas estejam em dia.”, alertou a OMS.

No Brasil

No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde (MS), desde o registro dos últimos casos de sarampo no ano de 2015, o país recebeu em 2016 a certificação da eliminação do vírus, sem ocorrência de casos confirmados até 2017. No ano seguinte, 2018, com o grande fluxo migratório associado às baixas coberturas vacinais, o vírus voltou a circular, e em 2019, após um ano de franca circulação do vírus por mais de 12 meses com o mesmo genótipo (D8), o Brasil perdeu a certificação de “país livre do vírus do sarampo”.

O país voltou, em 2023, após a era de negacionismo sob a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL/RJ) em relação às vacinas contra a Covid-19, o país sob comando do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com o MS, comandado pela ministra Nísia Trindade, o Brasil retomou a alta cobertura vacinal e chegou a receber da OMS a certificação de eliminação de sarampo, dado a alta cobertura vacinal em 2023.

Em 2024, o país registrou 4 casos confirmados importados, o primeiro no estado do Rio Grande do Sul por pessoa infectada no Paquistão, o segundo em de Minas Gerais proveniente da Inglaterra, e outros dois, de São Paulo vindos da Itália.

Nesse ano, Dados do Centro Nacional de Inteligência Epidemiológica e Vigilância Genômica da Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) vinculado ao MS, em 2025, o brasil tem registro de 70 casos notificados. Na sexta-feira (14/Mar), a  Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) confirmou dois casos de sarampo em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Duas crianças da mesma família foram atendidas em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no município (2/Mar), com alta médica na quinta-feira (13/Mar) e passam bem.

Em fevereiro deste ano, SES-RJ também confirmou outro caso em Itaboraí, na região metropolitana do Rio de Janeiro, em uma criança de 6 anos de idade, constatado em outubro de 2024. Os casos de Itaboraí e São João de Meriti não têm relação entre si, segundo a vigilância epidemiológica estadual.

Fonte: SVSA/MS

Crianças

A OMS e a Unicef lembram que o sarampo é um dos vírus mais contagiosos e pode gerar complicações graves a exemplo de pneumonia, encefalite, cegueira e até a morte. Outro alerta das instituições, aponta os riscos às crianças. Cerca de 40% dos casos afetam crianças com menos de cinco anos.

Vacinação

A gerente da Rede de Frio da SES-DF, Tereza Luiza Pereira, orienta que toda a população mantenha o cartão de vacinação atualizado, independentemente de planos de viagem. “O sarampo é uma doença altamente contagiosa e pode causar complicações graves. Reforçamos a importância de manter a vacinação em dia, especialmente para crianças a partir de 12 meses, além de adolescentes e adultos que ainda não receberam as doses recomendadas”, destaca.

Posição essa reforçada pelo secretário de Saúde do DF, Juracy Cavalcante Lacerda Júnior. “É fundamental manter a adesão da população à dose contra o sarampo. Essa é uma responsabilidade de todos e, com a tríplice viral, não estamos protegendo apenas a nossa saúde, mas também a de toda a comunidade. A vacinação é uma barreira eficaz e deve ser uma prioridade para todos nós”, ressalta.

Fonte: SES-DF

De acordo com a SES-DF, atualmente, a cobertura vacinal contra o sarampo no DF é de 97,2% para a primeira dose e 88,3% para a segunda em crianças menores de 2 anos. A meta é alcançar 95% na segunda aplicação.

A pasta no entanto alerta a contraindicação da imunização às gestantes, pessoas com comprometimento imunológico devido a doenças ou medicamentos e indivíduos com histórico de reações alérgicas graves a doses anteriores ou a componentes da vacina. A gravidez deve ser evitada por 30 dias após a aplicação do imunizante.




Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894 Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.

 

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