Por Kleber Karpov
O projeto “Covid Combate”, uma iniciativa de capacitação técnica e educativa para profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS), foi lançado nesta semana (10/Nov) no Distrito Federal. A ação envolveu 125 servidores da Secretaria de Saúde (SES-DF). O objetivo central é fortalecer as competências dos profissionais na linha de frente para recuperar a baixa cobertura vacinal infantil contra a covid-19. O curso deve criar estratégias eficazes para combater a desinformação sobre a imunização.
O curso é fruto de uma parceria entre o Instituto de Pesquisa e Apoio ao Desenvolvimento Social (Ipads), o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e a empresa farmacêutica Pfizer. O programa deve ter duração de quatro semanas, ministrado na modalidade semipresencial. A iniciativa busca fortalecer as competências dos trabalhadores da saúde que atendem a população diretamente.
Baixa adesão e risco de óbitos
A médica de família e comunidade Lívia Antunes Mariosi alertou que a vacinação de grupos elegíveis contra o coronavírus nunca esteve tão baixa. Dentre os grupos, estão idosos, gestantes e crianças de seis meses a menos de cinco anos. “Nós temos essa vacina em nosso calendário normal, mas as pessoas não têm procurado as doses”, disse Mariosi.
Segundo Livia Mariosi, de uma meta de 90% de cobertura dos grupos prioritários e especiais do Plano Nacional de Imunizações (PNI), a média alcançada foi de apenas 13%.

A gerente da Rede de Frio Central da SES-DF, Tereza Luiza Pereira, reforçou que a vacinação contra o coronavírus continua a ser a principal estratégia de prevenção. Ela destacou que a covid foi um dos vírus respiratórios que mais causou mortes neste ano.
Uma das faixas etárias com maior incidência de óbito foi a de crianças até cinco anos, o que se deve à baixa cobertura vacinal do grupo. A gestora Pereira avaliou que, mesmo sem evitar a contração da doença, a imunização serve para evitar o agravamento dos quadros clínicos.
“Essa é a vacina mais estudada da história, é uma vacina supersegura. Para mim, é inconcebível uma criança morrer por uma doença que é prevenível por imunização”, enfatizou Tereza Luiza .
Combate à hesitação e às fake news
O sanitarista Thiago Lavras Trapé, presidente do Ipads, afirmou que a baixa cobertura vacinal pediátrica observada no país impulsionou a criação do curso Covid Combate. Ele destacou que a desinformação é a principal causa da baixa adesão.
“Essa baixa cobertura tem muito a ver com o desenvolvimento de fake news associadas à imunização, o que deve criar uma hesitação às mães em levarem as crianças aos postos de vacina”, observou Trapé. O projeto já foi implementado em 12 cidades, sendo Brasília a 13ª a receber a capacitação.
Durante a capacitação, os profissionais da APS devem conceber diversas estratégias para acolher e educar o usuário dos serviços de saúde sobre a importância e a segurança da vacinação infantil. O treinamento ensina um modelo de “entrevista motivacional”. Esse modelo busca construir vínculos e deve reverter a percepção errada causada pelas fake news.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.










