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12 dez 2025 05:01

Gestão do SindSaúde-DF ataca distritais e é desmentida sobre redução de R$ 1 bi à Saúde e Educação na aprovação da LOA 2026

Ao desmentirem direção do SindSaúde-DF, deputados criticam análise orçamentária 'rasa' e desconhecimento da dinâmica de destinação de recursos ao PLOA

Por Kleber Karpov

A gestão do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde do DF (SindSaúde-DF) se tornou alvo de críticas, após publicar uma extensa nota, nas redes sociais, em que acusa 17 deputados distritais de retirar R$ 1 bilhão, da Saúde e da Educação, na votação do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2026. Parte dos deputados distritais que aprovaram a proposta do Executivo, votada na manhã de quarta-feira (10/Dez), na sessão extraordinária da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), reagiram e refutaram à posição do SindSaúde-DF ao que consideram se tratar de disseminar mentira.

Em notas nas redes sociais e uma matéria publicada no site da entidade (Veja aqui), o SindSaúde-DF foi categórico em afirmar que 17 deputados distritais validaram mudanças na Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO), ao aprovarem o PLOA 2026 e que “retiraram R$ 1 bilhão das áreas de saúde de educação”. E que a presidente interina do sindicato, Marli Rodrigues, “criticou duramente a postura dos parlamentares e do governo ao aprovar a medida.”.

“Os deputados votaram a favor da mudança na LDO que retira R$ 1 bilhão da saúde em 2026 — o que, na prática, reduz a capacidade de investimento do DF em estrutura, contratações e concursos públicos. Essa decisão impacta diretamente a entrada de novos profissionais, as nomeações tão esperadas pela população e a valorização dos servidores que mantêm a saúde funcionando. Ao aprovar a redução de recursos, os parlamentares optaram por menos investimento na saúde pública, mesmo diante de hospitais sobrecarregados e uma rede colapsada. A retirada de R$ 1 bilhão significa menos serviço, menos cuidado e mais sofrimento para quem depende do SUS todos os dias.”, afirmou a gestão do SindSaúde-DF, no início da nota.

Ainda na publicação, a gestão do SindSaúde-DF afirmou também que, com apoio dos 17 deputados “o DF perde R$ 1 bilhão da saúde e da educação”, ao referenciar a votação da LDO 2026 e justificar “corte que atinge diretamente áreas já fragilizadas. Enquanto servidores vivem sobrecarregados, adoecidos e trabalhando no limite, o governo retira recursos e aprofunda o colapso anunciado na rede pública.”.

“Sindicato dirigido por um monte de trambiqueiros”

Dentre as manifestações, a mais enfática ocorreu por parte do deputado distrital, Chico Vigilante (PT). O parlamentar publicou um vídeo nas redes em que desmascara o discurso do Sindicato que classificou de “sindicato dirigido por um monte de trambiqueiros”, ao lembrar, por exemplo que a entidade classista é processada por diversos trabalhadores.

Vigilante chamou de “canalhices, e coisas de vagabundos”, a postura do SindSaúde DF para “encobrir a incompetência para mobilizar e obter avanços à categoria que representa”. E, prometeu ainda, responder a altura com interpelação judicial da entidade.

“Eu sou sindicalista, mas se tem uma coisa que sindicalista não pode é mentir. Conversei a pouco com o deputado Wellington [Luiz (MDB), presidente da CLDF] e estou sugerindo, e a Câmara vai ter que fazer, interpelar judicialmente e processar essa cambada de vagabundos mentirosos que estão atacando os deputados. Nada disso que ela está falando nessa nota está no orçamento que foi votado ontem, é mentira.”, disparou Vigilante.

Segundo Vigilante, a gestão do SindSaúde-DF mente ao afirmar que Saúde e Educação perderam R$ 1 bilhão em decorrência do voto dos 17 deputados. O orçamento no campo da saúde, por sinal, teve um aumento de 10%.”. 

 

O SindSaúde-DF, mente

Em nota conjunta, de Vigilante com o deputado Ricardo Vale (PT), os parlamentares esclareceram a votação, por parte dos deputados, que fazem oposição ao governo, no projeto orçamentário de 2026. “Os investimentos para Educação e Saúde em 2026 totalizam R$ 13,9 bilhões, o que representa 31,91% do orçamento de nossa competência — um percentual maior que o de 2025. O valor para pagamento de pessoal terá um aumento significativo de 23,18%.”.

Os parlamentares observaram ainda que “celebramos o expressivo crescimento de 74,15% no Fundo Constitucional desde 2022, um recurso vital aprovado pelo Congresso Nacional. Nossa análise comparativa entre 2025 e 2026 mostra um aumento nominal de quase 10% para as duas secretarias, superando em muito a inflação do período.“, ao ressaltar que “é inverídica a afirmação de que ‘foram retirados’ recursos das Secretarias de Educação e Saúde. E é falso dizer que aprovar o orçamento é ser contra o servidor público. A verdade é que houve aumento nas dotações orçamentárias… bem acima da inflação“.

Outras reações

PDNews conversou com alguns distritais que também foram unânimes em refutar a versão do SindSaúde-DF quanto a suposta perda de recursos à Saúde ou Educação. O deputado distrital, Jorge Vianna (PSD) e líder da maioria na CLDF, observou a dinâmica das votações de leis orçamentárias e foi categórico em afirmar que elas sempre são equalizadas ao longo do exercício do governo.

“O pessoal faz uma grande confusão com relação ao orçamento. E em relação ao governo, há um movimento clássico. É normal o governo subestimar um orçamento de algumas pastas, superestimar outras, e ao longo do ano do exercício fazer remanejamento. Isso é comum por todos os governos, o que entendo ser uma estratégia política do governador.”,  disse Vianna.

O parlamentar afirma que sempre atuou e permanece a atuar para garantir mais recursos para a saúde. Principalmente para nomeações de concursados e para a reestruturação da carreira GAPS [Gestão e Assistência Pública à Saúde]. Então eu vou votar para que o governo invista na Saúde. Ano que vem quero que seja o ano da Saúde. É isso que vou pedir e cobrar do governo

Fonte: Gabinetes deputados Chico Vigilante e Ricardo Vale / Ilustração: PDNews

Na mesma linha, o distrital Robério Negreiros (Podemos), também afirmou ser “inverídica’ a afirmação do SindSaúde-DF. O parlamentar refutou tanto a alegação do sindicato quanto a perda do valor, como também no que tange a desvalorização do servidor.

“É inverídica a afirmação de que teriam sido ‘retirados’ recursos das Secretarias de Educação e Saúde. Também é falsa a alegação de que aprovar o orçamento significaria ser contra o servidor público. A realidade é que houve aumento nas dotações orçamentárias destinadas a essas Secretarias, em patamar significativamente acima da inflação. Ressalta-se que há espaço para reajustes salariais e contratação de novos servidores, mas tais medidas dependem de projetos de lei específicos e da atuação sindical, não da LOA.”, disse Negreiros.

Negreiros encaminhou valores praticados na LOA de 2025 e os aprovados para a LOA 2026, além de chamar atenção, também, aos 10% de aumento em relação ao orçamento desse ano. “As dotações das duas Secretarias tiveram um acréscimo de R$ 1,24 bilhão, o que representa quase 10% de aumento em relação ao orçamento de 2025, superando amplamente a inflação medida pelo INPC (3,68%). Além disso, a participação da Educação e da Saúde no orçamento do Distrito Federal é maior em 2026 do que em 2025.”, concluiu.

Fonte: Gabinetes deputados Chico Vigilante e Ricardo Vale / Ilustração: PDNews

Acima do Empenhado e Liquidados

O deputado distrital, Eduardo Pedrosa (União Brasil), presidente da Comissão de Economia, Orçamento e Finanças (CEOF) da CLDF, foi categórico em afirmar que o orçamento de 2026 supera, em mais de R$ 500 milhões, ao desse ano.

“O orçamento é mais de R$ 500 milhões maior do que foi empenhado esse ano e aproximadamente R$ 800 milhões a mais do Liquidado”, disse Pedrosa ao confirmar que o reajuste para 2026 teve correção superior ao índice da inflação. “sim, em 2025, o índice ficou na casa dos 3,68%”, esclareceu Pedrosa.

Confira uma das notas do SindSáude-DF

Com o apoio de 17 deputados, o DF perde R$ 1 bilhão da saúde e da educação. O SindSaúde acompanhou a votação da LDO de 2026 na Câmara Legislativa e manifestou sua profunda indignação diante do corte que atinge diretamente áreas já fragilizadas. Enquanto servidores vivem sobrecarregados, adoecidos e trabalhando no limite, o governo retira recursos e aprofunda o colapso anunciado na rede pública.

A sessão foi marcada por tensão: servidores denunciaram falta de gestão, e parlamentares afirmaram que não há dinheiro. Mesmo assim, a maioria votou alinhada ao governo, ignorando o caos diário nas unidades e o déficit crônico de profissionais. Durante o debate, o deputado Fábio Félix alertou que, sem novos investimentos, saúde e educação caminham para o colapso.

Para o SindSaúde, a retirada de R$ 1 bilhão representa um retrocesso inaceitável. O sindicato seguirá mobilizado, cobrando responsabilidade do governo e defendendo os trabalhadores que há anos sustentam, com enorme sacrifício, o funcionamento do SUS no DF.

 

Nota na íntegra de Chico Vigilante e Ricardo Valle

Nota de esclarecimento: Chico Vigilante e Ricardo Vale rebatem informações inverídicas sobre PLOA 2026

Nós, deputados distritais Chico Vigilante e Ricardo Vale (PT), viemos a público, nesta quinta-feira (11), para esclarecer informações inverídicas que têm circulado sobre a nossa votação favorável ao orçamento do Distrito Federal para 2026. Após a aprovação do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), é nosso dever apresentar os números reais e deixar claro que não houve, em nenhum momento, retirada de recursos das pastas de Educação e Saúde.

Os dados comprovam nosso compromisso. Os investimentos para Educação e Saúde em 2026 totalizam R$ 13,9 bilhões, o que representa 31,91% do orçamento de nossa competência — um percentual maior que o de 2025. O valor para pagamento de pessoal terá um aumento significativo de 23,18%. Como sempre afirmamos, “é inverídica a afirmação de que ‘foram retirados’ recursos das Secretarias de Educação e Saúde. E é falso dizer que aprovar o orçamento é ser contra o servidor público. A verdade é que houve aumento nas dotações orçamentárias… bem acima da inflação”. A LOA assegura o terreno para futuras discussões salariais, que devem ocorrer em seus canais próprios.

Para além disso, celebramos o expressivo crescimento de 74,15% no Fundo Constitucional desde 2022, um recurso vital aprovado pelo Congresso Nacional. Nossa análise comparativa entre 2025 e 2026 mostra um aumento nominal de quase 10% para as duas secretarias, superando em muito a inflação do período.

Reafirmamos nossa trajetória na linha de frente da defesa dos servidores e das políticas sociais. Não fazemos demagogia; fazemos política com responsabilidade. Por isso, votamos “sim” a este orçamento, como fizemos em 2025, e seguiremos apoiando todos os projetos que de fato beneficiem os trabalhadores e trabalhadoras do serviço público.

Chico Vigilante e Ricardo Vale
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