Por Kleber Karpov
O Sistema Único de Saúde (SUS) deve ampliar em 30% o aproveitamento do plasma sanguíneo em território nacional, conforme anúncio realizado pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, nesta sexta-feira (28/Nov). A medida foi oficializada no Hemorio (RJ) e viabiliza-se pela aquisição de 604 equipamentos de alta tecnologia. O investimento totaliza R$ 116 milhões, provenientes do Novo PAC Saúde.
Impacto econômico e logístico
Os novos equipamentos, que incluem blast-freezers de congelamento ultrarrápido e ultrafreezers, começaram a ser entregues e devem ter a instalação concluída até o primeiro trimestre do próximo ano. A iniciativa deve beneficiar 125 serviços de hemoterapia distribuídos em 22 estados brasileiros.
Segundo Padilha, a modernização da rede deve gerar uma economia estimada em R$ 260 milhões por ano. A redução de custos decorre da diminuição da necessidade de importar medicamentos hemoderivados, o que também mitiga a insegurança no abastecimento para pacientes com hemofilia e doenças imunológicas.
Fortalecimento da Hemobrás
A ampliação da capacidade de armazenamento é estratégica para a nova fábrica da Hemobrás, inaugurada neste ano. Com a infraestrutura adequada, a unidade deve atingir sua capacidade plena de processamento, estimada em até 500 mil litros de plasma por ano.
O Ministério da Saúde informou que a disponibilização de plasma pela rede pública cresceu 288% nos últimos três anos, saltando de 62,3 mil para 242,1 mil litros. Atualmente, a Hemobrás posiciona-se como a maior fábrica de hemoderivados da América Latina.
Relevância clínica
O plasma, parte líquida do sangue, é matéria-prima essencial para a produção de medicamentos utilizados em cirurgias de grande porte e no tratamento de diversas condições de saúde. O ministro destacou a versatilidade do material biológico.
“Cada vez mais, as imunoglobulinas são utilizadas não só para doenças infecciosas, mas para outros tipos de doenças também, as imunoglobulinas hiperimunes”, afirmou o ministro.
Cenário da doação
O anúncio integra as atividades da semana nacional do doador de sangue. Em 2024, o Brasil registrou a coleta de mais de 3,3 milhões de bolsas, o equivalente a 1,6% da população. Dados oficiais indicam que apenas 13% do plasma coletado via doação voluntária é utilizado em transfusões, restando 87% com potencial para processamento industrial e produção de medicamentos.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.










