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27 abr 2024 21:13


Centro de Diabetes e Hipertensão do Paranoá é apresentado como referência por OPAS e MS

Representantes do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) conheceram o local e avaliaram que integração adotada entre atenção primária e secundária pode ser um caminho para todo o país

A rotina de atendimento do Centro de Atenção às Pessoas com Diabetes e Hipertensão (CADH) da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) foi observada de perto por representantes do Ministério da Saúde (MS) e da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/OMS) nesta semana. O local faz parte do Projeto de Planificação da Atenção à Saúde promovido pelo Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass). O modelo adotado, que integra atenção primária e secundária, pode ser exemplo para todo o país.

“Vimos uma integração real entre atenção primária e especializada na Região de Saúde Leste e um planejamento baseado na realidade do território. São pontos fundamentais para entregarmos um cuidado integral e entrosado para o usuário”, analisa o secretário de Atenção Especializada à Saúde (Saes) do Ministério da Saúde, ‌Helvécio Magalhães. Ao avaliar de forma positiva o projeto, o gestor apontou que esse pode ser um caminho para implementar uma atenção especializada de qualidade no Brasil.

Representantes do Ministério da Saúde, do Conass e da Opas visitam Centro Especializado da Policlínica do Paranoá | Fotos: Illa Balzi/ Divulgação

A Região de Saúde Leste, que abrange Paranoá, Itapoã, São Sebastião e Jardim Botânico, por enquanto é a única da rede do DF a ter uma linha de cuidados planificada para doenças crônicas. “O propósito é planificar a rede de cuidados, ou seja, sair do modelo de pirâmide onde há a atenção primária na base, depois a média e a alta complexidade. Na planificação, não há essa hierarquia”, explica a diretora da Atenção Primária da Região Leste, Janaína Oliveira.

Representante da Opas no Brasil, Socorro Gross enxerga o potencial de amplificação do projeto: “Com organização e compartilhamento de informações, o usuário se sente acolhido e o engajamento ao tratamento é maior. A humanização do atendimento é um grande diferencial dessa ideia”. “O modelo poderia ser, inclusive, a solução para países que enfrentam situações críticas de consequências do diabetes e da hipertensão”, avalia.

Atendimento

Servidores do TCU e do TCDF acompanham palestra sobre o Centro de Atenção às Pessoas com Diabetes e Hipertensão (CADH)

O grupo participou de palestras e acompanhou a rotina de um paciente, com explicações dos profissionais de saúde que realizam os atendimentos. No CADH, durante todo o dia, o usuário passa por nutricionista, endocrinologista, fisioterapeuta, psicólogo e outras especialidades oferecidas. Ao fim do ciclo, os profissionais se reúnem e montam o plano de cuidados, uma orientação baseada no dia a dia do usuário. Esse documento é compartilhado com a unidade básica de saúde (UBS) de origem do paciente, que fará o acompanhamento no centro especializado.

“Buscamos uma ação sinérgica, onde trabalhamos para ampliar nossos indicadores e levar, sempre, o melhor atendimento aos nossos usuários”, pontua o secretário-adjunto de Assistência à Saúde da SES-DF, Luciano Agrizzi.

Planificação da Atenção à Saúde

A planificação sugere a migração dos sistemas fragmentados de saúde para as Redes de Atenção à Saúde (RASs), onde o cuidado ao usuário está centrado na atenção primária e há continuidade e integralidade desse cuidado em forma de ciclo. Iniciada em 2016, hoje a linha de cuidados de doenças crônicas da Região de Saúde Leste do DF colhe resultados positivos.

O atendimento no CADH começa na atenção primária, que é a entrada do sistema de saúde. Se identificado na consulta na UBS que o paciente tem perfil, ele é encaminhado. No centro, ocorre uma triagem com a equipe de enfermagem e, depois, o paciente segue para o gestor do cuidado. “Hoje, nosso gestor é um profissional da enfermagem, que organizará as ações de cada membro do centro”, explica a diretora da Atenção Secundária da Região Leste, Jane Franklin.

Ministério da Saúde, Conass e Opas acompanham palestra sobre projeto de Planificação da Região Leste

O modelo de planificação permite que tanto a atenção básica quanto a especializada compartilhem informações oferecendo um tratamento mais personalizado e de fácil execução ao paciente. Além disso, os dados coletados permitem identificar uma diminuição no número de internações por consequências do diabetes e da hipertensão. “Essa redução traz também economia, uma vez que o paciente internado custa mais ao sistema”, lembra o chefe da Assessoria de Planejamento da região, Alberto Sabala.

Nesta semana, o local também recebeu a visita de representantes do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF). Além do CADH, as equipes desses órgãos conheceram a UBS 3 do Itapoã. Em visita guiada, os auditores foram às salas de vacinas e curativos e à farmácia, onde assistiram às explicações sobre a relação da atenção primária com o centro de atenção.

Serviço

O CADH é um serviço da atenção especializada e está localizado no Hospital da Região Leste (HRL). A regulação dos atendimentos é feita pela equipe da Saúde da Família das UBSs, uma vez que as unidades são a porta de entrada dos usuários para os serviços secundários. Os atendimentos ocorrem de segunda à sexta-feira, com horários agendados.

No InfoSaúde, o cidadão pode encontrar a sua UBS de referência, de acordo com o local de residência. A SES-DF, neste momento, também está incentivando a atualização de dados pelo RecadastraSUS-DF, o que facilita a comunicação com os usuários, como na marcação de consultas e cirurgias.

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