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16 abr 2024 02:15


Acusado de “tomar as rédeas de Sindicato  para ajudar as OSs” se defende

Sindicalista questiona inconsistências em apontamentos de matéria que tenta vinculá-lo as ações do GDF em relação às Organizações Sociais

Por Kleber Karpov

Uma matéria publicada por um blog, nesta quarta-feira (27/Jul) “chama atenção pelos excessos de absurdos”. Isso é o que afirma, o diretor administrativo do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Saúde do DF (SindSaúde-DF), Elias Lopes. A matéria sugere tentativa de o GDF tentar “colocar seus tentáculos dentro da entidade”.

A matéria menciona ainda uma tentativa de abrir a porta da presidência do SindSaúde e ainda, aparentemente, tentar fazer ilações estranhas uma vez que Lopes é subordinado ao subsecretário da Subsecretaria de Logística e Infraestrutura da Saúde (SES-DF), Marcello Nóbrega. Política Distrital conversou com Lopes sobre o episódio que deu a versão sobre o ocorrido.

 “Eu sou diretor administrativo do SindSaúde, sou responsável pelos bens imobiliários e dos servidores do Sindicato. Eu cheguei na entidade, a sala estava fechada e eu chamei um chaveiro para abrir. A chave da sala não estava no sindicato mas em posse da presidente do sindicato.“.

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Em relação à sugestão de passar horas no sindicato, Lopes explicou que teve que atender demanda de um grupo de sindicalizados, mas trouxe um antigo caso a tona, que deveria ser investigado as licenças para exercer atividade sindical no sindicato.

“E eventualmente eu tenho que atender demandas de sindicalizados, mas me causou estranheza pois até tiraram até a placa de identificação da diretoria administrativa da porta do Sindicato. Eu naturalmente chamei um chaveiro e chegaram ao cúmulo de chamar a polícia. Como sou diretor administrativo do Sindicato, recebe a polícia sem o menor constrangimento ou preocupação.”.

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Liberação classista

No que tange à liberação, Lopes explicou que, no SindSaúde, apenas cinco diretores têm liberação custeada pela SES-DF para exercer integralmente o mandato classista. O sindicalista lembrou no entanto uma nomeação, que chama de “extremamente suspeita” em que podem ter induzido o GDF ao erro, para liberar um servidor da Secretaria, Rodrigo Conde de Oliveira.

“Acho estranho e gostaria de saber qual é a fonte desse blog, que por sinal, vive publicando mentira, sobre eu viver no SindSaúde. Ele devia investigar como um servidor da Secretaria de Saúde que é um mero representante sindical de base, conseguiu ser liberado, no início do ano passado, por intermédio do funcionário do Sindicato, o senhor Valdecir Medeiros, que até essa semana era ouvidor do GDF, ligado ao vice-governador Renato Santana, ambos gravados pela própria presidente do SindSaúde, a senhora Marli Rodrigues, inclusive pedindo intervenção do Vice, para evitar concorrência nas próximas eleições do Sindicato. O senhor Rodrigo Conde é um mero suplente de representante sindical. Nunca foi eleito diretor do SindSaúde.”.

Em março de 2015, Política Distrital, apurou a licença, indevida, de Conde, coma Secretaria de Estado de Planejamento, Orçamento e Gestão (SEPLAG-DF) que justificou haver recebido cópia da ata de assembleia, registrada em cartório.

“Consta nos autos do processo nº 414000121/2013, na folha 86, a Ata da Assembleia Geral Extraordinária do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde/SindiSaúde, realizada no dia 11 de Dezembro de 2014, devidamente registrada no cartório do 2º Ofício de Pessoas Jurídicas sob o nº 000090062 em 26/12/2014 onde decidiu-se pela escolha do dirigente sindical Rodrigo Conde de Oliveira – matrícula funcional nº 179636-4 assinada pelos diretores presidente e de formação sindical.”.

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Porém, chama atenção que de acordo com o  Decreto n° 33.652, de 10 de maio de 2012, a entidade Sindical é obrigada a encaminhar, cópia autenticada de alguns documentos, incluindo a Ata de Posse do sistema diretivo eleito, para que houvesse amparo legal para a concessão da Licença. E também, que o referido documento apresentado à SEPLAG foi assinado apenas por Marli Rodrigues e a diretora de Formação Sindical, Laura Batista de Cunha. O correto não seria a presidente, o diretor secretário geral, Vander Borges de Matos ou ainda o diretor de administração, Elias Lopes assinar tal documento?

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E Marcelo Nóbrega?

Lopes sugere ainda que também causa estranheza a tentativa de criação de laços entre Lopes e Marcelo Nobrega ou ainda de atuar em favor do GDF. O sindicalista afirma ser militante do PT e membro da executiva da zonal do PT, para justificar não ter relação política com o atual governo.

“Houve um esvaziamento da antiga Mesa de Negociação criada na gestão do ex-governador Agnelo. Fui indicado para ser o coordenador da Mesa de Negociação do SUS, ainda na época do governo Agnelo. As entidades de Saúde me indicaram para atuar para defender os interesses das entidades sindicais dentro da Secretaria de Saúde. Eles levavam as demandas para eu resolver tanto na SES quanto no GDF e tinha a função de distensionar a relação entre sindicatos e governo. Mas houve um esvaziamento da Mesa de Negociação no governo Rollemberg e eu fui nomeado para dar continuidade ao mesmo trabalho na estruturação da SES-DF. Com relação ao Marcelo Nóbrega, quando eu fui nomeado ele era da UAG. Eu pedi exoneração, precisava ser lotado em algum lugar e pedi para ir para o parque de apoio. Então se o Marcelo Nobrega assumiu a SULIS e a subsecretaria foi transferida para o parque de apoio, qualquer tentativa de fazer essa ilação é algo totalmente leviano. Por esse parâmetro, considerando que o senhor Helvécio Ferreira, que foi nomeado na mesma ocasião que eu, e a ao contrário de mim, ainda permanece nomeado pois eu pedi exoneração do cargo, considerando que é presidente do Conselho de Saúde, ele então, deve ser o legítimo defensor das Organizações Sociais.“, ironizou.

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Fatos e versões

A matéria chama atenção pois, parte do cenário de portas ‘estrategicamente trancada’, não é exatamente fato novo à diretores, funcionários e ex-colaboradores da entidade. Em 2013, após assumir a presidência do SindSaúde, houve um pedido inusitado, que se lacrasse a porta que dava acesso às salas dos diretores da entidade. Um folheto que serviu de lacre do ambiente sugeria haver “pragas” e que o andar seria dedetizado, algo que naquela ocasião não aconteceu.

Mas a história por trás da suposta dedetização, de conhecimento dos trabalhadores da unidade tinha por objetivo evitar que Lopes pudesse utilizar a sala reservada ao diretor administrativo da entidade. Aliás, outra tentativa, de tentar impedir que Lopes assumisse a administração do Sindicato, por ser eleito junto com Marli Rodrigues foi fator determinante para que o escândalo que demonstrou a transferência de mais de R$ 2 milhões, da contribuição dos sindicalizados para contas de parentes, diretores e funcionários de confiança, viessem a público, uma vez que Lopes teve acesso às irregularidades e a denunciou.

Da redação

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