Por Kleber Karpov
Quarenta e quatro por cento dos homens brasileiros jamais consultaram um urologista, segundo levantamento de entidades médicas nacionais. O Novembro Azul encerra com um dado alarmante. O cenário de 2025 é ainda mais preocupante, segundo o urologista Rodrigo Braz. Ele disse que o número de pacientes que chegam ao consultório já com sintomas avançados da doença aumentou em relação aos anos anteriores.
“A maior tecnologia do mundo não vence o maior inimigo da saúde masculina: o atraso. Estamos recebendo mais pacientes com tumores avançados, mesmo com informação disponível e mesmo com exames menos invasivos. Isso mostra que o tabu continua matando”, disse Rodrigo Braz.
Diagnóstico x tabu
O câncer de próstata em estágio avançado costuma ser mais agressivo e difícil de tratar. O toque retal é um exame inofensivo e indolor e dura menos de 10 segundos. Mesmo assim, muitos homens evitam o consultório.

Rodrigo Braz explicou que, com os avanços diagnósticos, o exame de toque retal deixou de ser obrigatoriedade universal. Testes laboratoriais mais sensíveis, como o PSA de alta precisão, aliados à ressonância multiparamétrica, permitem identificar quem realmente precisa do exame físico.
“Hoje conseguimos rastrear com muito mais conforto e precisão. Mesmo assim, muitos homens acreditam que são ‘saudáveis demais’ para ir ao urologista ou sentem vergonha. Quando chegam, chegam tarde. E sintoma em câncer de próstata quase sempre significa doença avançada”, destacou Rodrigo Braz.
Tecnologia salva, mas exige tempo
A cirurgia robótica revolucionou a urologia. Ela oferece precisão milimétrica, menos dor, menor risco de incontinência urinária e preservação da função sexual. Mesmo com o avanço da tecnologia, muitos pacientes ainda não conseguem ser operados no tempo ideal.
“A robótica revolucionou a urologia. Porém, ela é mais eficaz quando o tumor está limitado à próstata. Se o paciente chega tarde, perdemos a chance da cirurgia como arma curativa. A tecnologia está aqui — mas não trabalha sozinha”, explicou Rodrigo Braz.
Chamado à ação
Para Rodrigo Braz, a conclusão da campanha Novembro Azul deve ser vista como um início, e não um encerramento. “O mês acaba, mas os riscos não. O maior ato de coragem de um homem é cuidar de si. Uma consulta por ano muda destinos, salva vidas e preserva famílias. A prevenção é simples; as consequências do atraso, não”, afirmou Rodrigo Braz.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.










