Por Kleber Karpov
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou no sábado (27/Set) que as restrições impostas pelo presidente norte-americano, Donald Trump, à sua participação em eventos internacionais podem atrasar, mas não impedirão o Brasil de firmar parcerias na área da saúde. A declaração ocorreu durante visita às obras do Hospital Federal do Andaraí, no Rio de Janeiro, onde o ministro minimizou o impacto das sanções, que incluíram o cancelamento de vistos de sua família e limitações de circulação durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York.
“Eles até podem restringir a circulação de um ministro, mas não podem restringir a ideia. Não conseguem segurar a circulação da ideia e nem a força do Brasil na cooperação internacional com os outros países para trazer investimentos para cá”, enfatizou Padilha. O ministro teve sua circulação restrita ao hotel e à sede da ONU, o que o impediu de participar presencialmente da reunião do Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em Washington. Reuniões com embaixadas também foram canceladas.
Tarifaço e novas parcerias
Questionado sobre o impacto das tarifas impostas por Trump, Padilha esclareceu que as medidas afetam principalmente a indústria exportadora brasileira de equipamentos médicos e insumos de saúde bucal. Segundo ele, o governo federal, em conjunto com o BNDES, já atua para mitigar os efeitos, buscando novos mercados. “Essa indústria está exportando para outros países, não tem só os Estados Unidos para exportar”, afirmou.
Paradoxalmente, as restrições, segundo o ministro, incentivaram a produção nacional e atraíram o interesse de empresas americanas em transferir tecnologia ao Brasil. Ele citou como exemplo um acordo para a produção da vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR), causador da bronquiolite, que estará disponível no SUS a partir de novembro. “Essas empresas que têm sede nos Estados Unidos, nessas situações, elas investem ainda mais no Brasil. A gente garante a vacina da bronquiolite para o povo brasileiro com essas parcerias e vai gerando renda, empregos e tecnologia aqui no Brasil”, disse.
Investimentos no Rio
Durante a visita ao Hospital do Andaraí, Padilha anunciou a oferta do implante contraceptivo Implanon pelo SUS, com a distribuição de 500 mil unidades até o final do ano, visando reduzir a gravidez na adolescência. A agenda no Rio de Janeiro incluiu visitas a outras unidades de saúde na capital e na Baixada Fluminense, marcando a reabertura de alas no Hospital do Andaraí, como o Centro de Tratamento de Queimados. A reestruturação da unidade, sob gestão municipal, recebe R$ 600 milhões em investimentos federais.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.










