Por Kleber Karpov
Profissionais das Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) de unidades de saúde públicas, privadas e militares do Distrito Federal participaram de um encontro para debater medidas de prevenção e manejo de surtos infecciosos. A reunião, ocorrida em 19 de setembro, foi promovida pela Secretaria de Saúde do DF (SES-DF) com o objetivo de alinhar protocolos, fornecer orientações e promover a troca de experiências entre as equipes.

A capacitação, organizada pela Gerência de Risco em Serviços de Saúde (GRSS), abordou o Sistema Nacional de Vigilância e Monitoramento de Surtos Infecciosos em Serviços de Saúde (Sinaviss). Rafaella Bizzo, enfermeira e especialista da GRSS, explicou que a iniciativa visa instruir os profissionais a implementarem internamente ações de controle. “O objetivo é fornecer instruções para que os profissionais das Comissões consigam internamente promover medidas de prevenção e controle das infecções, de modo a promover melhorias de qualidade dentro do serviço”, afirmou.
A farmacêutica do Laboratório Central de Saúde Pública do DF (Lacen-DF), Amabel Fernandes, destacou a importância de uma resposta coordenada do poder público para a identificação rápida de possíveis epidemias. “Esses surtos precisam ser investigados, porque acometem, principalmente, pacientes com vulnerabilidade. É preciso ter uma capacidade de resposta rápida e oportuna para impedir a disseminação de patógenos e, desse modo, salvar vidas”, ressaltou.
Estudo de caso
Durante o evento, foi apresentado um estudo de caso sobre uma infecção de sítio cirúrgico causada por um fungo raro do gênero Trichosporon. O médico infectologista Tazio Vanni, do Hospital de Base (HBDF) e do Hospital Regional de Ceilândia (HRC), alertou para os riscos do uso indiscriminado de antibióticos, que pode levar ao surgimento de microrganismos resistentes. “Vivemos, hoje, a chamada ‘era pós-antibiótica’, em que as bactérias se mostram bastante resistentes à medicação. No entanto, a natureza não deixa hiato: quando eliminamos as bactérias com antibióticos mais fortes, os fungos aproveitam”, explicou.
Vanni detalhou que esse cenário favorece o aparecimento de fungos de difícil tratamento, aumentando a letalidade em pacientes já fragilizados. “Nesse estudo de caso houve o surto de um fungo raro e resistente em um grande hospital. Um dos pacientes havia sido submetido à cirurgia cardíaca, situação já grave por si só. Com uma infecção dessas, torna-se ainda mais alta a chance de morte”, concluiu.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.










