Por Kleber Karpov
Por meio da Resolução 777, O Conselho Nacional de Saúde (CNS), órgão responsável por fiscalizar as políticas públicas no Brasil, aprovou, há cerca de 15 dias, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas com Doenças Reumáticas, há cerca de duas semanas, por meio da Resolução 777. A medida visa aprimorar a qualidade de vida dos pacientes e diminuir os custos sociais e econômicos, além de estabelecer diretrizes e protocolos de tratamento.
O presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), José Eduardo Martinez, considera que a política “abre uma oportunidade para que seja criado um modelo que possa ser aplicado no Brasil inteiro”. Martinez classifica a iniciativa como um “passo inicial” crucial para aprimorar o atendimento.
Jornada do paciente e o uso da telemedicina
O coordenador da Comissão de Políticas Públicas da SBR, André Hayata, que participou da elaboração do documento, explicou que as discussões para a política se arrastavam por anos. Ele ressaltou que a criação do documento envolveu “escuta ativa” de diversas secretarias do Ministério da Saúde e associações de pacientes, incluindo povos originários, quilombolas e presidiários. Um dos pontos abordados foi a falta de especialistas em algumas regiões do país. Para contornar o problema, a política prevê o uso da telemedicina, com teleconsultas e treinamento de profissionais da atenção primária.
O lúpus e o demorado diagnóstico
A nova política busca dar voz a pacientes que sofrem com o diagnóstico e tratamento das doenças reumáticas. A aposentada Antonieta Muniz Alves dos Santos, 57 anos, vive em Salvador e tem lúpus há 43. Ela lembra que levou “dois anos para ter esse diagnóstico”. Antonieta contou à Agência Brasil que, no início, não conseguia nem andar por causa das fortes dores nas articulações. Apesar de a doença estar estável atualmente, ela ainda enfrenta dores, agora decorrentes de artrite e artrose.
Angélica Santos da Nova, 50 anos, de Feira de Santana, na Bahia, também tem lúpus sistêmico, e descreve a dificuldade do diagnóstico: “No passado, a ciência não tinha a expansão que tem hoje. Os médicos não tinham conhecimento, foi muito, muito difícil”. Angélica conta que chegou a ir ao médico 17 vezes em um único mês. “Fiquei um pouquinho triste também, já que essa doença não tem cura, mas ela tem tratamento. Se você manter corretamente [o tratamento], você vive bem”, disse.
Apesar da aprovação pelo CNS no dia 11 de setembro, o documento ainda precisa ser pactuado com o Ministério da Saúde e ter dotação orçamentária para a implementação. Em nota, o Ministério da Saúde confirmou que a política está em análise e ressaltou que já possui iniciativas para o cuidado de pessoas com doenças reumáticas.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.










