Por Kleber Karpov
A Polícia Federal (PF) cumpriu, nesta sexta-feira (12/Dez), mandados de busca e apreensão na Câmara dos Deputados e na residência de uma assessora parlamentar em Brasília. A Operação Transparência, autorizada pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), investiga crimes de peculato, corrupção e falsidade ideológica relacionados à gestão do orçamento secreto.
As investigações apontam Mariângela Fialek, ex-assessora do deputado Arthur Lira (PP-AL) conhecida como Tuca, como operadora da liberação de emendas sem a devida identificação de beneficiários. Segundo depoimentos de seis parlamentares e de uma servidora, a ex-colaboradora enviava ordens às comissões de modo a garantir o fluxo de recursos, com foco em Alagoas. O ministro Flávio Dino destacou que as evidências sugerem uma estrutura contínua voltada para o redirecionamento forçado de verbas públicas.
Potencial probatório e meios físicos
A decisão judicial pelas buscas ocorreu após a PF constatar a ausência de registros em nuvens de dados da investigada, apesar de indícios criminais já identificados. Dino justificou a diligência no gabinete legislativo pela possibilidade de a assessora manter acervos em meios físicos para evitar rastreabilidade digital. O ministro frisou que as ações sob suspeita ocorreram justamente na rotina funcional da Casa, o que justifica a busca por provas no ambiente de trabalho.
Orçamento secreto sob suspeita
Relatórios parciais da PF indicam que, desde 2020, a assessora ocupou cargos estratégicos por indicação política que a permitiam manipular o direcionamento das emendas. Os investigadores compararam a precariedade do controle dos recursos a uma contabilidade rudimentar ao encontrarem anotações manuscritas coincidindo com realocações orçamentárias.
“Uma anotação à mão, realizada de maneira rudimentar, foi responsável pela realocação de recursos de um Município para outro. Lamentavelmente, não há como não comparar a maneira de controlar e organizar o orçamento secreto coordenado por TUCA a uma ‘conta de padaria'”, escreveram os investigadores da Polícia Federal.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.










