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05 dez 2025 06:06

GAPS: Movimento Unificado reage a mais uma manobra de sabotagem do SindSaúde-DF

Silene Almeida rebate SindSaúde por "narrativas falsas" sobre negociação de reajustes

Por Kleber Karpov

A articuladora política e institucional do Movimento Unificado pela Valorização da carreira de Gestão e Assistência Pública à Saúde (GAPS), Silene Almeida, recorreu às redes sociais por meio de um vídeo divulgado nesta segunda-feira (13/Out), em que rebate a diretoria do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde de Brasília (SindSaúde-DF) de disseminar mentiras, mais uma, para causar divisão na categoria. Segundo Almeida, as ações do sindicato visam a justificar a demora na reestruturação salarial e a manipular os servidores, em um momento crucial das negociações com o governo.

No vídeo, Silene Almeida contesta diretamente a narrativa de que uma proposta de reajuste de 15% estaria disponível desde outubro do ano anterior, sendo supostamente defendida pelo sindicato. “Pergunte pra quem tá defendendo a ideia, quando e onde o SindSaúde chamou a categoria para apresentar essa proposta”, questiona ela no vídeo, afirmando que nenhuma convocação para assembleia com essa pauta foi feita pela entidade.

A líder do movimento afirma que a alegação do sindicato é uma tentativa de imputar ao Movimento Unificado a culpa pelo atraso no reajuste. Ela recorda que, em 11 de fevereiro deste ano, o mesmo percentual de 15% foi oferecido pela Secretaria de Economia aos representantes do movimento e ao deputado distrital Jorge Viana (PSD), que media as negociações.

O ponto central da acusação de Almeida remete a uma reunião em que a então secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, formalizou uma proposta superior. Segundo a representante, o ato da presidente do SindSaúde-DF de defender os 15% ocorreu justamente na ocasião em que a gestora da pasta oferecia um reajuste de 27% mais uma gratificação de R$ 2.000 para a GAPS.

E não é narrativa minha não, tá lá no processo SEI — Sistema Eletrônico de Informação (SEI) — Uma pena que aquele vídeo que foi gravado, acho que ficou todo mundo tão estupefato na hora que ninguém gravou a fisionomia dos diretores do Sindsaúde que estavam à mesa. Os mesmos dois que estão no vídeo agora com a presidente, dizendo que há narrativas e que o movimento unificado vendeu ilusão. É ilusão ter um processo, sei, assinado por uma secretária de estado, tendo uma declaração do ordenador de despesas dizendo que a SES tinha capacidade orçamentária e financeira de bancar aquela proposta?

Marli Rodrigues faz proposta de reajuste de 15% aos servidores da carreira GAPS

Contrassenso do Sindsaúde-DF

Sob essa ótica, é importante ressaltar o contrassenso entre as atuais afirmações do SindSaúde-DF, ao confrontar a proposta de Marli Rodrigues à Lucilene Florêncio, em 23 de setembro. “15% para a nossa categoria, para a categoria do SindSaúde, para momento eu acho uma boa negociação. Não vamos aqui ser hipócritas de achar que é que nós temos condições de puxar esse movimento um pouco mais para frente e sair de forma diferente dos demais companheiros técnicos. Embora os GAPS não tenham, muitos deles, outros ganhos como insalubridade e outras coisas mais, mas nós podemos, também correr atrás para que tenham, entende? Mas eu acho que os 15% e a diminuição dos padrões de 25 para 18 é razoável e dá para defende. E o SindSaúde defende.”, disse Marli Rodrigues.“.

Isso em contraponto a divulgações realizadas, pelo próprio Sindicato, caso com ampla cobertura de PDNews. Vale lembrar que nos dias 2 e 3 de setembro, o SindSaúde-DF, publicou duas reportagens. A primeira intitulada ‘Secretária de Saúde do DF, Lucilene Florêncio encaminha proposta de reestruturação de carreira à Secretaria de Economia‘ (Veja aqui), questionada por PDNews (Veja Aqui), conforme esclarecimento da Assessoria de Comunicação da SES-DF, se tratava de uma tentativa de manipular a categoria GAPS, ao usar processo SEI do Movimento Unificado de reestruturação da carreira para tentar comprometer Secretária de Saúde.

Na matéria em questão, a proposta do Movimento Unificado que o Sindicato tentou passar como proposta de Lucilene Florêncio, o reajuste pedido era de 27%, além da diminuição de padrão de 25 para 18 anos, além de Gratificação por Incentivo à Atividade Estratégica em Saúde (GIAES), no valor de R$ 2 mil para servidores com carga horária de 40 horas semanais, e de R$ 1 mil para aqueles com 20 horas semanais. ‘Proposta’ essa que para o SindSaúde-DF “visa atender demandas históricas dos servidores; SindSaúde mantém indicativo de greve e convoca assembleia para avaliar os próximos passos.”.

Reprodução: SindSaúde-DF, disponível em https://sindsaude.org.br/noticias/sindsaude-df/secretaria-de-saude-do-df-lucilene-florencio-encaminha-proposta-de-reestruturacao-de-carreira-a-secretaria-de-economia/

Na segunda, o sindicato volta ‘ratificar’ o envio da proposta, mas dessa vez baseado em reportagem do GPS Brasília. Algo que para o SindSaúde-DF, a “Proposta beneficiará mais de 18 mil servidores, com alterações nos cargos e criação de gratificação“.

Reprodução: SindSaúde-DF

Não menos estranho foi, à época em grupos do Whatsapp, o diretor criminoso do SindSaúde-DF, Rodrigo Conde, estar a tentar convencer a categoria GAPS que querem realizar greve, porém, “o movimento não quer greve por medo”, algo que segundo o diretor do sindicato, “isso enfraquece”.

Mensagem do diretor do SindSaúde-DF, Rodrigo Conde a servidor da categoria GAPS – Imagem Cedida ao PDNews

 

Consolidação de negociação

Para Silene Almeida, a divulgação do vídeo institucional do SindSaúde-DF acontece em um momento estratégico, pois as negociações estariam em uma “fase muito boa”. A representante do Movimento Unificado menciona que o deputado Jorge Viana se reuniu com o governador, que se comprometeu a finalizar a situação após uma viagem. “É óbvio que agora, quando eles veem que está finalizando, eles querem bolar uma nova campanha, uma nova luta”, declara.

A representante dos GAPS também acusa o sindicato de omissão, afirmando que o Movimento Unificado surgiu para preencher a lacuna deixada pela entidade. Ela sugere que o sindicato utilize seus recursos financeiros, que ela estima em R$ 17 milhões, em prol dos servidores, seja com propaganda na grande imprensa ou consultando a categoria sobre a devolução dos valores.

Ao final, Silene Almeida faz um apelo para que o sindicato não interfira negativamente no processo. “Se for para nos atrapalhar mais uma vez, se essa nova tentativa agora for para poder barrar a gente no momento que o deputado está negociando com o governador, por favor, recolham os flaps e fiquem no papel de vocês […] Na hora de a gente tirar foto dizendo que a conquista é de vocês, tranquilo, ninguém está preocupado com isso. A gente só quer que não prejudique mais os nossos colegas.”.

‘SindSaúde não me representa’

As falta de representatividade do SindSaúde-DF, foi lembrada, nesta segunda-feira (13/Out), durante audiência pública realizada pela Câmara Legislativa do DF (CLDF), presidida pelo deputado distrital, Jorge Vianna (PSD) para tratar de reivindicações das categorias dos agentes comunitários de Saúde (ACSs) e de Vigilância Ambiental de Saúde (AVAS). Na ocasião Vianna foi categórico ao lembrar ao lembrar a rejeição do Sindicato, por parte da categoria GAPS e também dos Especialistas.

“Infelizmente nós temos um sindicato, o SindSaúde, que por mais que ele queira representar os trabalhadores, eles não querem ser representados por ele. Tanto que eles fizeram a associação dos trabalhadores da saúde que tem a Silene como a liderança.”, disse Vianna ao questionar a vantagem de ser sindicalista sem apoio da categoria “Nós vemos também os especialistas, que também não veem o SindSaúde como o sindicato que não representa.”, concluiu ao lembrar outras categorias profissionais e sindicatos.

Confira a fala do deputado:

Opinião

O SindSaúde-DF parece ter se apegado ao velho ditado “uma imagem mais que mil palavras”, ao fazer um vídeo com fundo preto, com beiradas roxas. Mas parece se esquecer que após produzir tantas imagens a mostrar exatamente o contrário do quiz, a imagem pode ter efeito contrário e apenas reforçar o desespero por conta de uma categoria que não deixou se enganar.




Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894 Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.

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