Por Kleber Karpov
O clínico e gastroenterologista Álvaro Modesto, do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), emitiu um alerta nesta quarta-feira (03/Dez) sobre os perigos associados à automedicação. A prática, classificada como um problema de saúde pública pelo Ministério da Saúde, pode mascarar sintomas de patologias graves, atrasar diagnósticos clínicos e provocar lesões irreversíveis em órgãos vitais, como fígado e rins.
Impactos no organismo
O uso de fármacos sem prescrição médica acarreta riscos que variam desde reações alérgicas até a resistência antimicrobiana, decorrente do uso inadequado de antibióticos. Segundo o especialista, a falsa sensação de cura imediata frequentemente oculta a evolução de doenças subjacentes.
“Cada organismo reage de um jeito. Um medicamento que funciona para um familiar ou vizinho pode ser perigoso para outra pessoa. Além disso, aliviar um sintoma não significa resolver o problema. Ele pode até se agravar por estar sendo escondido com o controle dos sintomas sem descobrir a causa”, afirmou Modesto.
Vulnerabilidade em idosos
A população idosa representa o grupo de maior risco devido às alterações metabólicas naturais do envelhecimento. A interação entre medicamentos de uso contínuo — comuns para controle de hipertensão e diabetes — e remédios ingeridos por conta própria pode resultar em quadros de confusão mental, tonturas e quedas, muitas vezes levando a internações hospitalares.
Um exemplo prático dos danos causados pela falta de orientação profissional é o caso da aposentada Maria das Dores, de 69 anos. Moradora de Ceilândia, a paciente desenvolveu complicações severas após tratar um quadro de herpes zóster com produtos indicados em balcão de farmácia, o que culminou em uma paralisia facial.
Recomendações médicas
Para mitigar esses riscos, o IgesDF orienta que a população evite seguir indicações de terceiros ou informações obtidas na internet. A recomendação é buscar atendimento médico aos primeiros sintomas e manter o acompanhamento regular de doenças crônicas, utilizando apenas prescrições atualizadas.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.










