Por Kleber Karpov
Governo do Distrito Federal inicia, a partir deste mês de setembro, a soltura de mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia, conhecidos como ‘wolbitos’, como nova estratégia para combater a dengue, zika e chikungunya. O método, considerado seguro para humanos e para o meio ambiente, será implementado em dez regiões administrativas e municípios do Entorno, buscando substituir a população de mosquitos transmissores por uma incapaz de espalhar os vírus.
A ação é mais uma ferramenta no combate às arboviroses e se baseia em uma tecnologia recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), já adotada em 14 países. Os wolbitos, ao se reproduzirem com os mosquitos selvagens, passam a bactéria adiante, diminuindo gradualmente a capacidade de transmissão das doenças na população de insetos.
Um bloqueio natural
O método Wolbachia funciona de duas maneiras principais. Primeiro, a bactéria, uma vez no organismo do Aedes aegypti, impede que os vírus da dengue, Zika e chikungunya se desenvolvam, transformando o mosquito em um vetor inofensivo para essas enfermidades. Segundo, quando um macho com Wolbachia (wolbito) cruza com uma fêmea selvagem, seus ovos não eclodem. Com o tempo e solturas contínuas, a população de mosquitos é substituída por uma que carrega a bactéria e não transmite mais as doenças.
Segurança validada
A Wolbachia é uma bactéria de ocorrência natural, presente em cerca de 60% dos insetos no mundo, e é considerada segura para seres humanos, animais e para o meio ambiente. Ela vive dentro das células do mosquito e não pode ser transmitida a pessoas ou pets por meio de picadas. O método atua como um controle biológico, sem a necessidade de produtos químicos ou modificações genéticas.

Orientações à população
Autoridades de saúde reforçam que a introdução dos wolbitos não elimina a necessidade das medidas de prevenção já conhecidas. A população deve continuar eliminando focos de água parada e utilizando repelentes.
Visualmente, não há como diferenciar um wolbito de um Aedes aegypti comum. Ambos possuem o mesmo tamanho e as mesmas listras. Por isso, o uso de aerossóis, raquetes elétricas e outras formas de controle individual contra os mosquitos pode e deve continuar. O sucesso do método depende da substituição em nível populacional, e não da sobrevivência de um mosquito individual.
Regiões que devem receber os wolbitos

A soltura dos mosquitos ocorrerá em áreas estratégicas do Distrito Federal e do Entorno goiano para maximizar o impacto na redução da transmissão de doenças.
- Distrito Federal: Planaltina, Brazlândia, Sobradinho II, São Sebastião, Fercal, Estrutural, Varjão, Arapoanga, Paranoá e Itapoã.
- Goiás: Luziânia e Valparaíso.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.










