Contratos de anestesistas aceleram cirurgias em hospitais do DF

Por Kleber Karpov

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) iniciou a redução da fila de cirurgias eletivas em sua rede hospitalar (15/Out), por meio da implementação do programa OperaDF, que contratou cinco mil e quatrocentas horas de plantões de anestesistas para reforçar as equipes, começando pelo Hospital da Região Leste (HRL), no Paranoá, com o objetivo de preencher o déficit de profissionais na área e garantir maior agilidade nos procedimentos. O fato central é a diminuição da espera por cirurgias, impulsionada pelo convênio com prestadores de serviço complementares.

Aceleração no centro cirúrgico

A contratação de serviços permitiu o reforço imediato do quadro de anestesistas na unidade, o que possibilita ampliar as atividades no centro cirúrgico do Hospital da Região Leste. Por conseguinte, na primeira semana de operação, foram acrescentados dez turnos de procedimentos cirúrgicos à rotina do HRL. Assim, enquanto os anestesistas servidores da SES-DF se dedicavam aos casos urgentes, os profissionais contratados avançavam na realização das cirurgias eletivas.

A diretora do HRL, Alessandra Hilbert, comentou sobre a nova estratégia: “Esperamos atender com mais agilidade os casos de cirurgias eletivas ortopédicas e de coluna já autorizadas”, afirmou a diretora.

O impacto na vida dos pacientes

A diferença prática do programa já pôde ser percebida pela auxiliar de serviços gerais Natália Ferreira, de 39 anos. A paciente estava à espera de um procedimento ortopédico no braço, que havia sido desmarcado por falta de anestesistas na equipe. Após a realização da cirurgia, Ferreira demonstrou a satisfação com a solução. “É muito ruim ficar internada em um hospital. Agora vou para casa, é uma grande alegria!”, comemorou Natália Ferreira.

O secretário de Saúde, Juracy Lacerda, ressaltou o desafio persistente em manter o quadro completo de especialistas no sistema público de saúde. Ele atribuiu a contratação de serviços externos a uma necessidade de cobrir a carência de profissionais.

“Anestesia é uma área de difícil provimento. Fazemos o concurso, mas não há interessados. Com a contratação do serviço de profissionais da complementar, pretendemos preencher em parte essa lacuna e melhorar o atendimento oferecido à nossa população”, explicou Lacerda.

Expansão do programa

O volume total contratado pela Secretaria de Saúde corresponde às 5,4 mil horas de plantões de anestesistas, que serão distribuídos para atender à demanda hospitalar. A estratégia essa que abrange, além do Hospital da Região Leste, também aos hospitais regionais da Asa Norte (Hran), de Ceilândia (HRC), de Planaltina (HRPl), de Taguatinga (HRT) e o Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib).

De acordo com a diretora Alessandra Hilbert, o foco da unidade é suprir a demanda por cirurgias de grande porte. Ela apontou que, ao contrário de outros hospitais onde é possível realizar de dois a três procedimentos em um turno, o HR, referência em cirurgias de alta complexidade, pode realizar cirurgias que chegam a levar 10 horas.

Para isso, a unidade conta com cirurgiões qualificados e equipamentos de última geração, como microscópios, carrinhos de anestesia e radioscopia. “Temos tudo o que há de melhor no centro cirúrgico para receber esses pacientes”. Segundo Hilbert, um dos impactos positivos esperados com o aumento da capacidade cirúrgica será a liberação dos leitos, atualmente ocupados por pacientes que aguardam os procedimentos. Para os casos não urgentes, a espera atual está em torno de três a quatro dias, tempo necessário, em sua maioria, para a realização dos exames preparatórios.