Por Kleber Karpov
O Ministério da Saúde recebeu, nesta segunda-feira (17/Nov), um lote de 2,1 milhões de unidades de insulina glargina para o abastecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). A entrega é destinada ao tratamento de pacientes com diabetes tipos 1 e 2 e marca o início de uma nova etapa na estratégia de redução da dependência externa do complexo industrial da saúde. A pasta prevê a chegada de outros 4,7 milhões de unidades do medicamento até dezembro.
A aquisição ocorre por meio de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), mecanismo que viabiliza a transferência de tecnologia entre o setor privado e laboratórios públicos. Neste acordo, a tecnologia da farmacêutica chinesa Gan&Lee é repassada à empresa brasileira Biomm e, posteriormente, ao Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz). O investimento federal para as compras de 2025 soma R$ 131,8 milhões.
Soberania sanitária O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ressaltou que a medida utiliza o poder de compra do Estado para fomentar a base industrial local. “Isso é parte de uma política do Governo Federal de usar o poder de compra do SUS para aumentar o desenvolvimento industrial brasileiro, a fim de garantir medicamentos gratuitos e assistência farmacêutica à população”, afirmou Padilha.
Produção de IFA no Nordeste O projeto contempla a nacionalização integral da cadeia produtiva, o que inclui a fabricação do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA). Esta etapa deve ocorrer na unidade da Fiocruz no Ceará, polo de desenvolvimento de vacinas e biofármacos. O governo destinou R$ 510 milhões do Novo PAC para viabilizar a infraestrutura necessária, movimento inédito na América Latina para este tipo de insumo.
O presidente da Fiocruz, Mario Moreira, classificou a entrega como um marco para a autonomia do setor. “Essa primeira entrega tem um simbolismo muito grande. É a ciência e tecnologia a favor do fortalecimento do SUS e diminuindo a dependência do mercado externo para a produção de medicamentos no país. Com isso, temos mais soberania, geração de emprego e ampliação do acesso ao tratamento para milhões de brasileiros”, disse Moreira.
Metas de expansão A cooperação técnica entre a Gan&Lee e a Biomm teve início após a primeira compra realizada em outubro. O cronograma estabelece etapas de embalagem, controle de qualidade e fabricação do produto final em solo nacional, com uma meta produtiva estimada em 70 milhões de unidades anuais.
Além da glargina, o governo firmou acordos para a produção de insulinas NPH e Regular. A parceria envolve a farmacêutica indiana Wockhardt e a Fundação Ezequiel Dias (Funed). Já foram entregues 710 mil unidades, e a projeção é alcançar 8 milhões de doses até 2026, mediante aporte de R$ 142 milhões.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.










