Por Kleber Karpov
O Brasil alcançou um marco histórico na saúde pública ao eliminar a transmissão vertical do HIV, que ocorre da mãe para o bebê, e registrar a menor taxa de mortalidade por aids em três décadas. Os dados constam no boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde, nesta segunda-feira (01/Dez), que aponta uma redução de 13% no número de óbitos entre 2023 e 2024.
O levantamento indica que o número de mortes pela doença caiu de mais de 10 mil, em 2023, para 9,1 mil no último ano. A quantidade de novos casos de aids também apresentou recuo de 1,5%, totalizando 36,9 mil diagnósticos no período.
No âmbito materno-infantil, os registros de gestantes com HIV diminuíram 7,9%, enquanto o número de crianças expostas ao vírus caiu 4,2%. O país manteve a taxa de transmissão vertical abaixo de 2%, critério estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para considerar a eliminação do problema.
“Hoje é um dia de luta, mas também de conquista histórica: alcançamos o menor número de mortes por aids em 32 anos. Esse resultado só foi possível porque o SUS oferece gratuitamente as tecnologias mais modernas de prevenção, diagnóstico e tratamento. Os avanços também permitiram ao país alcançar as metas de eliminação da transmissão vertical como problema de saúde pública”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Avanços no tratamento
A estratégia nacional, baseada na Prevenção Combinada, incorporou ferramentas como a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), cujo número de usuários cresceu mais de 150% desde 2023. O Sistema Único de Saúde (SUS) também expandiu a oferta de exames, com a aquisição de 6,5 milhões de duo testes para HIV e sífilis.
O protocolo de tratamento foi otimizado com a oferta do comprimido único que combina lamivudina e dolutegravir. A medicação, utilizada por mais de 225 mil pacientes, favorece a adesão ao tratamento devido à dosagem diária única e menor incidência de efeitos adversos.
Memória e conscientização
Para marcar os 40 anos de enfrentamento à epidemia, a pasta inaugurou a exposição “40 anos da história da resposta brasileira à aids”, no SESI Lab, em Brasília. A mostra reúne documentos e relatos sobre a evolução das políticas públicas e a mobilização social no combate à doença.
O ministério anunciou ainda o lançamento de editais no valor de R$ 9 milhões destinados a organizações da sociedade civil. O objetivo é fortalecer a participação social e a governança nas estratégias de resposta ao HIV.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.










