Por Kleber Karpov
O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve, por unanimidade, a Taxa Selic em 15% ao ano, juros básicos da economia. A decisão, esperada pelo mercado financeiro, marca a quarta reunião consecutiva em que o Copom mantém os juros básicos no mesmo patamar. A taxa está no maior nível desde julho de 2006, quando atingiu 15,25% ao ano.
A decisão reflete o recuo da inflação e a desaceleração da economia, conforme o Copom. A Taxa Selic chegou a 15% ao ano na reunião de junho de 2025 e deve ser mantida nesse nível desde então.
Cautela na política monetária
Em comunicado, o Copom não deu pistas sobre o momento em que deve começar a cortar os juros, repetindo o cenário de grande incerteza que exige cautela na política monetária. A estratégia do Banco Central (BC) deve ser a de manter a Selic por bastante tempo.
O comitê avalia que a estratégia em curso, de manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado, é adequada para assegurar a convergência da inflação à meta. O comitê enfatiza que deve seguir vigilante, que os passos futuros da política monetária devem ser ajustados e que, como usual, não deve hesitar em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado, destacou o Copom.
O impacto nos preços
A Selic é o principal instrumento do BC para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em novembro de 2025, o IPCA ficou em 0,18%, o menor nível para o mês desde 2018.
O indicador acumula alta de 4,46% em 12 meses, voltando a ficar dentro do teto da meta contínua de inflação. O novo sistema de meta contínua, em vigor desde janeiro de 2025, persegue meta de 3% e o intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ou seja, o limite superior deve ser 4,5%.
No modelo de meta contínua, a meta deve ser apurada mês a mês, considerando a inflação acumulada em 12 meses. Em dezembro de 2025, a inflação desde janeiro do mesmo ano deve ser comparada com a meta e o intervalo de tolerância.
As projeções e o crescimento
O aumento da taxa Selic ajuda a conter a inflação porque juros mais altos encarecem o crédito e desestimulam a produção e o consumo. Por outro lado, taxas maiores dificultam o crescimento econômico.
No último Relatório de Política Monetária, o BC diminuiu de 2,1% para 2% a projeção de crescimento para a economia em 2025. As previsões do mercado devem ser mais otimistas. De acordo com o boletim Focus, os analistas econômicos preveem expansão de 2,25% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025. A previsão da inflação oficial deve fechar o ano em 4,4%, levemente acima do teto da meta.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.










