Por Kleber Karpov
Milhares de pessoas marcharam na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, neste domingo (21/Set), em protesto contra a anistia aos golpistas e a chamada “PEC da Blindagem”. A passeata, que durou das 9h às 14h, ocupou as seis faixas do Eixo Monumental e seguiu por um trajeto de aproximadamente 1,5 quilômetro até o Congresso Nacional, onde o ato foi encerrado com um show do cantor e compositor Chico César.
Sem anistia
Sob o mote “Congresso Inimigo do Povo”, manifestantes seguiram um pequeno trio elétrico aos gritos de “sem anistia” e “queremos Bolsonaro na cadeia”. Os protestos pedem o cumprimento da condenação do ex-presidente a 27 anos e três meses de prisão, determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por sua participação na trama golpista que culminou nos atentados de 8 de janeiro de 2023. Cartazes exibiam frases como “sem bandidagem”, em referência à proposta que exige autorização do Parlamento para processar criminalmente deputados e senadores. O presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), foi um dos principais alvos, com cartazes que diziam “Motta Capacho” e “Centrão ladrão”, por seu papel em pautar as votações.
Indignação popular
A indignação com as propostas mobilizou diversos cidadãos. A bancária Keyla Soares, de 42 anos, classificou a PEC como “ofensiva” e um ato de autoproteção dos políticos. “É uma sem vergonhice. Eles só trabalham em defesa deles mesmos. O Brasil tem que se unir contra isso”.

A estudante Sara Santos, de 26 anos, criticou duramente a anistia. “Depois de tudo que a gente viveu com a ditadura militar, não podemos aceitar anistia contra quem atacou a democracia e tentou dar um golpe de Estado”, justificou.
A delegada aposentada Maria Lúcia de Souza, de 62 anos, expressou revolta com a articulação política no Congresso. “Estão subestimando nossa inteligência. Acha que somos burros. Na semana que saem notícias de suposto envolvimento do Rueda [presidente do União Brasil] com o PCC, eles aprovam essa PEC da Bandidagem”, disse. Ela se referiu a reportagens que apontam uma suposta conexão entre o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, e a organização criminosa, acusações que são negadas pelo partido e por seu dirigente.
O servidor público Albert Scott, 47 anos, defendeu o resgate dos símbolos nacionais. Ele criticou a anistia para quem financiou a tentativa de golpe e pediu para “resgatar nossa bandeira” e “nossas cores verde e amarela”, que foram “sequestradas” pela extrema-direita.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.










