Por Kleber Karpov
O Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) evidenciou, nesta quarta-feira (03/Dez), Dia Internacional de Luta das Pessoas com Deficiência, a importância de sua infraestrutura odontológica dedicada exclusivamente ao atendimento especializado. A unidade, gerida pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGESDF), oferece acolhimento humanizado e adaptações técnicas para realizar procedimentos em pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA), paralisia cerebral e outras condições clínicas complexas.
Acolhimento e humanização
A iniciativa busca transformar a experiência clínica em um processo menos traumático para pacientes e familiares. O adolescente Victor Cauã, de 13 anos, diagnosticado com autismo, realizou procedimentos de extração, restauração e limpeza na unidade graças ao preparo da equipe.
A mãe do paciente, Daniele Fernandes, conseguiu o acesso ao serviço por meio de encaminhamento da Unidade Básica de Saúde (UBS). Ela relata que a especialização do ambiente e dos profissionais altera significativamente a qualidade do atendimento prestado.
“Quando você encontra um lugar preparado para receber seu filho do jeito certo, muda tudo. Com profissionais especializados, o atendimento é mais leve, mais ágil. Tanto os pais quanto as crianças se sentem acolhidos, calmos, tranquilos”, afirmou Daniele Fernandes.
Protocolos personalizados
O atendimento é conduzido por profissionais capacitados para lidar com as especificidades de cada deficiência. O dentista Diego Sindeaux, responsável pelo setor, explica que não existe um protocolo rígido, pois cada paciente exige uma abordagem individualizada.
A equipe realiza uma entrevista prévia com a família para compreender hábitos, sensibilidades e preferências. Com base nessas informações, o ambiente sofre alterações de iluminação e sonoridade para evitar crises sensoriais durante os procedimentos.
“Os autistas são nossa maior demanda e também um grande desafio. Sempre conversamos com a família para entender hábitos, sensibilidades e preferências. A partir disso, adaptamos tudo: luz, sons, equipamentos. Se a criança tem sensibilidade à luminosidade, evitamos o refletor. Se o barulho incomoda, substituímos a caneta elétrica para limpeza por instrumentos manuais”, detalhou o especialista.
Estrutura e acesso
A sala dispõe de espaço físico ampliado para circulação de cadeiras de rodas e portas mais largas. O local conta ainda com régua de oxigênio para dar suporte a pacientes traqueostomizados ou dependentes de ventilação mecânica, o que garante a segurança em casos delicados.
O fluxo de atendimento ocorre via Sistema de Regulação da SES-DF (Sisreg), com uma média mensal de 28 a 30 agendamentos, além de uma cota para casos de urgência. Recentemente, o hospital também inaugurou o Espaço Humanizar TEA, o primeiro ambiente sensorial da rede pública do Centro-Oeste voltado para crianças neurodivergentes.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.










