Por Kleber Karpov
O Ministério da Saúde (MS) e a Universidade de São Paulo (USP) firmaram um acordo de cooperação em São Paulo nesta sexta-feira (14/Nov) com o objetivo de construir o primeiro hospital inteligente do Sistema Único de Saúde (SUS). A unidade deve se chamar Instituto Tecnológico de Emergência do Hospital das Clínicas (HC USP). O projeto se viabiliza por meio de um investimento de R$ 1,7 bilhão, com recursos oriundos do Banco do BRICS, e conta com a cessão do terreno pelo governo do estado de São Paulo.
A iniciativa, de grande porte, se integra à implementação de uma rede nacional de serviços de saúde de alta precisão. O plano prevê a instalação de 14 Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) nas cinco regiões do país e a modernização de unidades de excelência no Rio de Janeiro e no Distrito Federal. A proposta faz parte do Programa Agora Tem Especialistas, do Ministério da Saúde, voltado à expansão da atenção especializada.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que a criação do hospital inteligente e da rede de serviços de alta precisão somente se torna possível graças à cooperação internacional. Este esforço envolve parceiros estratégicos, instituições de pesquisa e bancos de desenvolvimento.
Padilha defendeu que o Brasil deve entrar com força neste novo ambiente global. “O Brasil entra com força nesse novo ambiente global de reorganização da saúde, onde tecnologia da informação, inteligência artificial e práticas inovadoras estão redesenhando a forma de cuidar das pessoas. Esse projeto é um marco para o SUS, para a inovação tecnológica e para o papel do país no cenário internacional”, afirmou o ministro.
Medicina de precisão para emergências
A Professora Titular de Emergências da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Ludhmila Hajjar, idealizadora do projeto, destacou a relevância de criar hospitais inteligentes no país. O foco na emergência visa beneficiar os pacientes mais graves por meio da redução de tempo no diagnóstico e no tratamento.
“O paciente grave, de emergência, é o que mais se beneficia dessas tecnologias redutoras de tempo, que vão instituir terapias personalizadas. Esse hospital dá um salto para a medicina de precisão, centrada no paciente. É um SUS que vai cuidar de maneira eficiente e segura do paciente de alta complexidade”, disse Ludhmila Hajjar.
As etapas para concretizar o investimento vêm sendo cumpridas ao longo do ano. O ministro Alexandre Padilha apresentou a proposta para a implementação da rede nacional de serviços inteligentes ao Banco do BRICS em março deste ano. Em julho, a demanda foi anunciada pela presidente Dilma Rousseff durante uma reunião do bloco no Rio de Janeiro.
O acordo de cooperação assinado nesta sexta-feira é o último documento para a avaliação final do investimento. Anteriormente, em outubro, uma missão técnica do Banco do BRICS já visitou o local previsto para a construção do novo Instituto do HC-USP, em São Paulo.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.










