Por Kleber Karpov
A Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal (Sejus-DF) celebrou em (Novembro) o primeiro ano do Projeto Letramento Racial, iniciativa que promoveu o debate e a conscientização sobre o enfrentamento ao racismo estrutural. O programa, coordenado pela Subsecretaria de Políticas de Direitos Humanos e de Igualdade Racial (SUBDHIR), já alcançou mais de 5 mil pessoas em mais de 50 ações educativas realizadas em órgãos públicos, empresas e escolas de todo o Distrito Federal.
O mês de novembro é tradicionalmente dedicado à Consciência Negra, mas o enfrentamento ao racismo é considerado uma pauta permanente para a pasta. A Secretaria é responsável por coordenar políticas públicas que visam à promoção da igualdade racial na capital federal.
Combate ao racismo estrutural
O projeto aborda a complexidade do racismo em suas diversas manifestações, as quais incluem o racismo institucional, o racismo algorítmico e o colorismo. Por meio de oficinas, palestras e formações interativas, o Letramento Racial tem o objetivo de estimular a reflexão e auxiliar no desenvolvimento de práticas antirracistas no dia a dia dos participantes.
A Secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, destacou que o combate ao racismo deve ser uma pauta permanente para a pasta. Ela avalia a necessidade de políticas públicas contínuas e comprometidas para enfrentar essa realidade social.
“Por meio da educação, do diálogo e da escuta ativa, nós devemos consolidar uma gestão que reconheça as desigualdades raciais e promova ações efetivas para superá-las”, disse Passamani.
A iniciativa começou a atuar em órgãos públicos do Distrito Federal e da União, a exemplo do Senado Federal, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e da Casa Civil. Em seguida, expandiu o alcance para escolas públicas e privadas, o sistema socioeducativo, além de espaços culturais, esportivos e empresariais.

Impacto nas escolas
A abrangência das ações envolve profissionais de saúde, segurança, recursos humanos, conservação, alimentação e atendimento, o que amplia o impacto social da iniciativa. O vigilante Gilvan Rocha, colaborador de um centro empresarial há mais de sete anos, descreveu a experiência como transformadora.
“Graças a esse aprendizado, agora eu tenho condições de identificar atitudes racistas no meu ambiente de trabalho. O tratamento com o público deve ser de muito mais respeito e empatia”, relatou Rocha.
A formação tem recebido boa aceitação por parte dos educadores da rede pública de ensino, que reconhecem a importância do tema para a construção de espaços escolares mais inclusivos e acolhedores. A supervisora pedagógica do CED 04, professora Tatiana Brasileiro, reforçou a necessidade do curso, destacando a importância do tema na prática em sala de aula.

“Esse curso é fundamental para ampliarmos nossa consciência e transformarmos nossa prática em sala de aula. Entender o racismo estrutural e saber como enfrentá-lo é um passo essencial para promover um ambiente mais acolhedor, respeitoso e representativo para todos os alunos”, destacou Tatiana Brasileiro, em referência à importância do aprendizado.
O subsecretário de Políticas de Direitos Humanos e de Igualdade Racial, Juvenal Araújo, reforçou que o projeto deve ter papel essencial na construção de uma cultura de respeito e equidade. “O Letramento Racial é uma ferramenta transformadora, que provoca reflexão e conscientização. Nosso objetivo é fazer com que cada participante se torne um multiplicador do enfrentamento ao racismo, contribuindo para ambientes mais justos e inclusivos”, concluiu Araújo.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.










