Por Kleber Karpov
O Ministério da Saúde anunciou, nesta quarta-feira (10/Set), duas parcerias de transferência de tecnologia para a produção nacional de medicamentos de alto impacto. O Instituto Butantan produzirá a vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR) em acordo com a Pfizer, e o remédio natalizumabe, para esclerose múltipla, em parceria com a farmacêutica Sandoz.
Proteção para bebês
A vacina contra o VSR, uma das principais causas de bronquiolite e pneumonia em bebês, será incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) e deve começar a ser distribuída na segunda quinzena de novembro. A imunização será feita em dose única para gestantes a partir da 28ª semana de gravidez, permitindo a transferência de anticorpos e protegendo os recém-nascidos nos primeiros meses de vida.
A diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações, Isabela Ballalai, reforça a segurança do imunizante. “O VSR é uma das maiores causas de hospitalizações em UTI, nos primeiros 6 meses de vida e justamente nos primeiros meses o risco é muito mais alto. Eu vejo muitas mulheres com medo, adiando as vacinas da gestação, mas elas são seguras, não geram nenhuma má formação, não trazem nenhum prejuízo para a gravidez e também não oferecem risco de aborto ou parto prematuro”, esclarece.
Segundo o ministério, a vacina pode prevenir cerca de 28 mil internações por ano. Atualmente, o VSR é responsável por 80% dos casos de bronquiolite no país e leva à internação de aproximadamente 20 mil bebês anualmente.
Soberania na saúde
A produção nacional do natalizumabe, medicamento biológico para a forma mais comum de esclerose múltipla, também visa fortalecer a autonomia do país. O remédio é ofertado no SUS desde 2020, mas dependia de um único fabricante com registro no Brasil.
Em nota, o Ministério da Saúde avaliou a importância estratégica da medida. “A vulnerabilidade do país na oferta de insumos durante a pandemia de covid-19 e os recentes episódios relacionados a aplicação de tarifas abusivas às exportações brasileiras reforçam a importância da soberania do SUS para garantir o acesso da população a medicamentos e tratamentos”, informou a pasta.
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