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23 abr 2024 06:56


Secretários de Saúde repudiam acusações de manipulação de dados sobre Covid-19

Acusações são de Carlos Wizard, contado para assumir cargo estratégico do Ministério da Saúde

Por Kleber Karpov

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) publicou, neste sábado (6/Jun), nota de repúdio contra afirmações do empresário Carlos Martins Wizard, de haver contagem superestimada de casos de Covid-19. As acusações foram recebidas com repúdio, por parte dos secretários de saúde dos 26 estados e do Distrito Federal.

Sem apresentar provas que demonstrassem o contrário, em entrevistas à imprensa, Wizard, cotado para assumir a Secretária de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE), do Ministério da Saúde Ministério da Saúde (MS), acusou estores públicos, estaduais e municipais, de ‘inflarem’ o número de casos de Covid-19.

“O que nos preocupa é que alguns gestores públicos, lamentavelmente, estão se valendo dessa pandemia para trazer maior volume de recursos para os seus estados e municípios. Assim, estão inflacionando o número de óbitos”, disse a CNN Brasil, ao sugerir haver interesse econômico por parte dos estados e municípios.

Reação

Por meio do Conass, os secretários de saúde contestaram a versão de Wizard e o acusaram de seguira ‘cartilha’ do governo federal, atualmente focada em ‘ocultar’ dados consolidados do impacto da pandemia do coronavírus no país.

Entre outras pontuações, os gestores acusam o pretenso secretário do MS, de tentar de forma “autoritária, insensível, desumana e antiética de dar invisibilidade aos mortos pela Covid-19”. Isso em claro desrespeito “a memória de todas aquelas vítimas indefesas desta terrível pandemia e suas famílias.”.

Confira a nota

O CONASS repudia com veemência e indignação as levianas afirmações do Secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Wizard.
Ao afirmar que Secretários de Saúde falseiam dados sobre óbitos decorrentes da Covid-19 em busca de mais “orçamento”, o secretário, além de revelar sua profunda ignorância sobre o tema, insulta a memória de todas aquelas vítimas indefesas desta terrível pandemia e suas famílias.
A tentativa autoritária, insensível, desumana e antiética de dar invisibilidade aos mortos pela Covid-19, não prosperará.
Nós e a sociedade brasileira não os esqueceremos e tampouco a tragédia que se abate sobre a nação.
Ofende Secretários, médicos e todos os profissionais da saúde que têm se dedicado incansavelmente a salvar vidas.
Wizard menospreza  a inteligência de todos os brasileiros, que num momento de tanto sofrimento e dor, veem seus entes queridos mortos tratados como “mercadoria”.
Sua declaração grosseira, falaciosa, desprovida de qualquer senso ético, de humanidade e de respeito, merece nosso profundo desprezo, repúdio e asco.
Não somos mercadores da morte.
A vida é nosso valor maior, com ela não se negocia, relativiza ou transige.
O povo brasileiro é forte e resiliente, seguiremos a seu lado e juntos para preservar sua saúde e salvar vidas.
Alberto Beltrame
Presidente do Conass

Subnotificações

O caso chama atenção pois embora Wizard tenha sugerido haver supernotificações de casos confirmados de Covid-19, ao mesmo tempo, o Brasil está na cccc colocação, se comparado a quantidades de testes realizados por milhão de habitantes.

De acordo com um relatório oficial do Ministério da Saúde, o Brasil tem quatro vezes mais internação por falta de ar do que o esperado para o período, sem contar os casos de coronavírus

Em entrevista à Exame (24/Abr)(Veja Aqui), o biólogo, pesquisador e divulgador científico, Atila Iamarino, aponta que no país, o número de óbitos pode estar com até 90% de subnotificação. “O Brasil está perdendo 90% dos seus casos. Se não é o pior país, é o segundo pior. A gente retomou a um crescimento que parece o começo da pandemia, com entre dois e três infectados por pessoa infectada e estamos com um caso de subnotificação seríssimo de 90%”, disse, ao citar estudo realizado por Imperial College.

Levantamento iniciado, em 13 de maio e divulgado no dia 27 do mesmo mês, realizado em 90 municípios brasileiros, também apontou que a cada caso confirmado de coronavírus, segundo as estatísticas oficiais, existem outros sete casos reais na população dos principais centros urbanos brasileiros. O dado é resultado da primeira fase do estudo Evolução da Prevalência de Infecção por Covid-19 no Brasil: Estudo de Base Populacional (Epicovid19-BR), coordenado pelo Centro de Pesquisas Epidemiológicas da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), em parceria com o MS.

Naquela ocasião, o MS anunciou a existência de 411.821 casos confirmados em todo país, porém, apenas no conjunto dessas 90 cidades, a proporção de pessoas identificadas com anticorpos para covid-19 foi estimada em 1,4%, podendo variar de 1,3% a 1,6% pela margem de erro. Os dados já levam em consideração o tamanho da população de cada cidade. As 90 cidades correspondem a 25,6% da população nacional, totalizando 54,2 milhões de pessoas. Com isso, chegou-se à estimativa de 760 mil – com margem de erro, de 705 a 867 mil – de pessoas infectadas, somente nessas cidades.

Com informações de Agência Brasil, G1 e Exame

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