Por Kleber Karpov
Um estudo identificou mais uma evidência dos benefícios da vacina contra o Papilomavírus Humano (HPV). Após a implementação da vacina no Sistema Único de Saúde (SUS), em 2014, houve uma queda expressiva nas internações por duas doenças causadas pelo vírus: as verrugas anogenitais e a neoplasia intraepitelial cervical, doença precursora do câncer de colo de útero.
O estudo analisou a taxa de hospitalizações de adolescentes e jovens, com idades de 15 a 19 anos, e comparou os dados do período pré-vacinal com o período após a introdução da vacina, utilizando os registros do Sistema de Informações Hospitalares.
Redução de lesões pré-cancerosas
No caso de meninas, houve uma diminuição de 66% nas internações por neoplasia intraepitelial cervical de alto grau, e de 77% nas hospitalizações por verrugas anogenitais, quando comparados os números de 2014 e 2019.
Como os meninos só começaram a ser vacinados em 2017, a comparação foi feita entre este ano e 2019, mas também mostrou queda de 50,9% nas hospitalizações por verrugas anogenitais.
A pesquisa foi realizada pela empresa farmacêutica MSD e os resultados publicados na revista Human Vaccines and Immunotherapeutics. Outra pesquisa recente, realizada pela Fundação Oswaldo Cruz, havia detectado redução de 58% nos casos de câncer de colo de útero. O HPV também pode causar outros tipos de câncer, como os de vulva, vagina, pênis, ânus e orofaringe.
A importância da cobertura
Segundo Cintia Parellada, diretora executiva de Pesquisa de Dados de Mundo Real Latam da MSD e líder do estudo, a redução das doenças causadas pelo HPV por causa da vacinação é um marco histórico na saúde pública.
Ela ressalta que, “para eliminar os cânceres causados pelo vírus, além de manter a cobertura vacinal alta, também é necessário ampliar o rastreamento e garantir tratamento adequado para todos os estágios da doença”, disse Cintia Parellada.
A vacina contra o HPV é disponibilizada gratuitamente pelo SUS para o público-alvo, crianças e adolescentes de 9 a 14 anos. É oferecida também para pessoas com HIV, transplantadas e com câncer, usuários de Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP) e pessoas com papilomatose respiratória recorrente. Desde 2024, a aplicação da vacina passou a ser em dose única, substituindo o modelo de duas doses.
Os números, atualizados em 2024, mostram que, para as meninas, a adesão à vacina é de 82,83%, e para os meninos, é de 67%. Embora esse índice coloque o Brasil muito acima da média global de 12% medida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a cobertura ainda está abaixo da meta de 90%.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.










