Por Kleber Karpov
Pelo menos 10,7% dos agentes penitenciários brasileiros receberam diagnósticos de depressão, conforme aponta pesquisa realizada com 22,7 mil profissionais da área entre 2022 e 2024 em todo o país (13/Dez). A pesquisa Cenários da Saúde Física e Mental dos Servidores do Sistema Penitenciário Brasileiro, divulgada pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), revela desafios significativos na saúde mental da categoria.
Outros dados de saúde mental mostram que 20,6% dos profissionais afirmaram ter transtorno de ansiedade. Além disso, há 4,2% com relatos de transtorno de pânico. O governo federal reconhece que os mais de 100 mil servidores penitenciários brasileiros desempenham uma função estratégica para a segurança pública que muitas vezes se torna invisível. Os organizadores da pesquisa reconhecem que os resultados evidenciam desafios vivenciados pelos servidores, relacionados ao ritmo intenso de trabalho e às exigências emocionais e físicas da atividade.
Satisfação e reconhecimento no trabalho
Apesar dos altos índices de adoecimento mental, o levantamento mostra que 15,9% dos servidores estão “muito satisfeitos” com o trabalho e 59,3% se dizem “satisfeitos” com as atividades desenvolvidas. No entanto, a percepção sobre o reconhecimento social é baixa. A maioria, 50,7%, entende que a sociedade poucas vezes reconhece o valor do trabalho. Ainda mais, 33% afirmaram que “nunca” se sentem reconhecidos pela sociedade.
Em relação às doenças físicas, os agentes penitenciários destacaram alta incidência de obesidade (12,5% dos servidores), hipertensão (18,1%) e doenças ortopédicas (12,3% dos casos).
Urgência de políticas de cuidado
Diante dos números revelados, o secretário nacional de Políticas Penais, André Garcia, apontou a necessidade urgente de políticas estruturadas de cuidado para a categoria. O secretário considera que esses profissionais sustentam uma estrutura essencial para a segurança pública e tiveram necessidades ignoradas.
“A partir deste diagnóstico, consolidamos um compromisso: aprimorar as ações já iniciadas, ampliar o cuidado e garantir que cada servidor tenha as condições necessárias para exercer sua função com dignidade e qualidade”, afirmou o secretário em nota.
O diretor de Políticas Penitenciárias, Sandro Abel Sousa Barradas, avaliou que é necessário implementar políticas de cuidado que impactam diretamente o bem-estar, a valorização e o desempenho dos servidores.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.










