Por Kleber Karpov
O Governo do Distrito Federal (GDF) tem fortalecido (05/Nov) uma rede de projetos voltada à preparação de estudantes da rede pública para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o mercado de trabalho. A proposta da Secretaria de Educação (SEEDF) é oferecer apoio pedagógico, material e emocional, garantindo oportunidades de avanço nos estudos, com foco especial em alunos com deficiência.
O destaque é o Enem Inclusivo e Especial, que reúne mais de 40 estudantes com deficiência ou transtorno em aulas aos sábados, no Centro de Educação Profissional e Tecnológica de Jovens e Adultos da Asa Sul (Cesas). Criado em 2019 pela SEEDF, o projeto oferece 13 encontros com materiais em Braille, intérpretes de Libras e recursos de acessibilidade.
“Às vezes, a deficiência impede a locomoção, mas não pode impedir o aluno de sonhar. A nossa rede é inclusiva. Todos os estudantes com algum tipo de deficiência ou transtorno são recebidos e incluídos. A partir do momento em que os estudantes vão fazer o Enem, eles também têm a oportunidade de entrar na universidade. Eles não precisam parar na educação básica, podem ir além”, afirma a secretária da Educação, Hélvia Paranaguá.
A estudante Luciana Lopes dos Santos, que tem deficiência auditiva, retornou ao projeto neste ano. “Na primeira participação, percebi o quanto preciso de programas como esse. Nós, surdos, estamos aprendendo mais e incentivando outros a participar também, com o apoio dos intérpretes que garantem nossa acessibilidade para chegar à universidade”, conta a aluna.
Vera Barros, da Subsecretaria de Educação Inclusiva e Integral, explica que o formato do curso foi adaptado para cada especificidade. “Nós atendemos todas as deficiências e transtornos. Também vale citar que contamos com a grande parceria do Senac [Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial], que tem proporcionado um upgrade nas nossas máquinas do laboratório de informática para garantir que a tecnologia aconteça”, ressalta Vera Barros.
Inclusão profissional
Além do Enem Inclusivo e Especial, o GDF mantém o projeto Empregabilidade. A iniciativa funciona como um banco de talentos para pessoas com deficiência que já concluíram o curso universitário. Atualmente, 50 pessoas participam da ação.
Entre os participantes está Luis Felipe Lima, um dos primeiros alunos do Enem Inclusivo. Autista de nível de suporte 1, ele entrou na faculdade com o apoio do projeto e se formou em jornalismo em 2024. Hoje, atua na área após ser encaminhado pelo Empregabilidade. “É um grande avanço, uma atitude muito humilde e acho algo muito bonito. Valeu muito a pena fazer parte”, elogia o jornalista.
Qualificação gratuita
Outro programa disponível é o Preparação DF, que oferece curso intensivo para o Enem e outros vestibulares. Neste ano, foram ofertadas 10 mil vagas principais e mil de cadastro reserva, com 240 horas de aulas presenciais em polos de Ceilândia, Taguatinga, Planaltina, Asa Sul e Gama.
Os alunos recebem material didático, uniforme, lanche diário e auxílio-transporte. Ao final, é emitido certificado em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda (Sedet) e a Secretaria de Educação.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.










