Por Kleber Karpov
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou a inclusão de dois medicamentos para o tratamento de lúpus no Rol de Procedimentos em Eventos em Saúde, tornando a cobertura obrigatória para beneficiários de planos de saúde a partir do próximo dia 03/Nov. A decisão, que beneficia cerca de 2 mil pacientes, inclui pela primeira vez o anifrolumabe e o belimumabe para o tratamento do lúpus eritematoso sistêmico em adultos com alta atividade da doença.
“Essas inclusões são muito significativas, pois o lúpus é uma doença complexa, que não tem cura. Se temos no país opções de medicamentos que possibilitam o controle da doença e que garantem uma boa qualidade de vida para o paciente, isso precisa estar disponível para o consumidor”, afirmou Wadih Damous, diretor-presidente da ANS.
Conquista para pacientes
A medida foi celebrada pela Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), que atuou ativamente para a incorporação. O reumatologista Odirlei Andre Monticielo, coordenador da comissão de Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) da SBR, destacou a importância dos medicamentos durante o Congresso Brasileiro de Reumatologia, em Salvador. “Foram demandas legítimas. Estas são medicações que têm indicação de bula para uso para lúpus eritematoso sistêmico. Tem evidências científicas que demonstraram o benefício no controle da atividade de doença, permitindo reduzir glicocorticoide ao longo do tempo”, explicou o médico.
A artesã Regiane Araújo Pacheco, 40 anos, que convive com a doença desde a adolescência, relatou como o acesso ao belimumabe, através de um protocolo de pesquisa em 2016, foi um marco em seu tratamento. “Foi um divisor de águas para minha melhora e para a minha qualidade de vida, que era de muita dor”, afirmou.
Próximo passo: o SUS
Apesar do avanço, especialistas apontam para a desigualdade no acesso. Monticielo ressaltou que o próximo objetivo é levar os medicamentos ao Sistema Único de Saúde (SUS). “Essa é uma oportunidade para, daqui a pouco, abrirmos um diálogo com o Ministério da Saúde e com o Conselho Nacional de Incorporação no Sistema Único de Saúde (Conitec)”, disse. “Conseguimos garantir oportunidade de acesso a pacientes que tem convênio, mas a gente ainda não tem o mesmo acesso para pacientes que tem somente o Sistema Único de Saúde e isso cria uma certa desigualdade neste acesso”, pontuou.
Sobre o lúpus
O lúpus é uma doença autoimune e crônica que afeta entre 150 mil e 300 mil pessoas no Brasil, majoritariamente mulheres jovens. A doença provoca quadros de inflamação que podem danificar múltiplos órgãos e tecidos, como pele, articulações e rins. Os sintomas mais comuns incluem dores articulares, manchas na pele e sensibilidade ao sol.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.










