Por Kleber Karpov
O Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) iniciou a operação do primeiro aparelho de vídeo eletroencefalograma (vídeo-EEG) da rede pública. O equipamento, considerado um dos mais avançados para o diagnóstico de epilepsia e outras condições neurológicas, amplia a capacidade diagnóstica e oferece novas possibilidades de tratamento aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
Procedimento e diagnóstico
O vídeo-EEG é um exame de alta complexidade que registra a atividade elétrica do cérebro associada a filmagens contínuas. Eletrodos são aplicados na cabeça do paciente para monitorar as áreas responsáveis por episódios neurológicos. O paciente permanece internado no hospital por cerca de cinco dias, com todos os movimentos registrados 24 horas por dia.
O equipamento inclui câmeras de vídeo e microfones, com visão infravermelha para registros noturnos, documentando qualquer episódio com precisão para análises. O médico André Ferreira, chefe da Neurologia do HBDF, explicou que o exame possibilita:
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Avaliar se o paciente é portador de epilepsia e qual tipo de crise ele tem.
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Distinguir se o paciente é candidato a cirurgias, o que pode levar até à remissão total da doença.

Investimento e impacto social
O investimento para a aquisição de dois equipamentos totalizou R$ 800 mil, sendo R$ 400 mil por unidade. Os recursos orçamentários foram disponibilizados pelo deputado distrital Jorge Vianna. Duas salas foram adaptadas no HBDF para a realização do exame, incluindo a instalação de um ambiente de controle para acompanhamento integral pela equipe médica.
Os primeiros atendimentos estão sendo direcionados a pacientes com processos judicializados. Eduardo Rodrigue Ferreira dos Santos, de 25 anos, que tem convulsões há 19 anos, foi o primeiro paciente selecionado. A mãe dele, Selma dos Santos Moreira, relatou que o diagnóstico pode trazer mais independência ao filho, que hoje precisa de acompanhamento constante.
Segundo o neurologista André Ferreira, o exame gera economia a longo prazo. “Estudos mostram que, se você identifica a epilepsia de um paciente e o opera logo, ao longo de 20 anos isso acaba sendo mais barato do que a continuidade de um tratamento durante esse tempo”, ressaltou o médico.
Ampliação do SUS
O presidente do IGESDF, Cleber Monteiro, destacou que a oferta do vídeo-EEG reforça a referência do Hospital de Base na assistência especializada. “Trata-se de um exame que amplia a capacidade diagnóstica do hospital e garante um cuidado mais preciso aos pacientes com doenças neurológicas. É uma etapa importante no fortalecimento da rede pública e na ampliação de acesso a tecnologias que, até então, não estavam disponíveis no SUS do Distrito Federal”.
Quatro técnicas de enfermagem receberam treinamento específico de três semanas para acompanhar o exame, que dura cerca de 120 horas. A Secretaria de Saúde (SES-DF) e o IgesDF trabalham na pactuação do fluxo, agenda e expansão do serviço para que o exame beneficie mais usuários da rede.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.










