Por Kleber Karpov
O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (IGESDF) reforça o alerta sobre a prevenção de arritmias cardíacas e morte súbita no Dia Nacional da Prevenção (12/Jun), mobilizando unidades de saúde e especialistas para incentivar a população do Distrito Federal a adotar hábitos saudáveis e realizar exames regulares. A iniciativa busca combater o infarto agudo do miocárdio, que já registrou 1.458 internações na rede pública do DF até junho deste ano, visando a redução da alta taxa de mortalidade associada a esta condição.
Ação de urgência no HRSM
Um caso recente demonstra a urgência do atendimento e a importância da campanha. Douglas Rodrigues, de 29 anos, procurou o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) no último domingo (9) com fortes dores no peito, dormência nos braços, no céu da boca e suor intenso.
Durante o processo de triagem, Douglas sofreu uma parada cardiorrespiratória, perdendo a consciência. Após a terceira parada, a equipe médica realizou a transferência dele para o Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), onde o paciente se submeteu a um cateterismo.

A rápida assistência e a atuação das equipes do IGESDF foram essenciais para garantir que o quadro de saúde de Douglas apresentasse uma evolução positiva. Douglas, que antes não apresentava problemas graves de saúde, afirmou que o episódio deve mudar sua rotina. “Algo deve ter que mudar. Vou começar a andar de bicicleta e fazer caminhadas assim que voltar para casa”, declarou o paciente, que planeja alterar seus hábitos de vida.
Dados de internação no DF
O infarto agudo do miocárdio permanece como uma das principais causas de morte no país. De acordo com dados do Ministério da Saúde, anualmente, o Brasil deve registrar entre 300 mil e 400 mil casos, com um óbito a cada cinco a sete ocorrências.
Na capital federal, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) reportou o registro de 1.458 internações relacionadas a infarto agudo do miocárdio até junho deste ano. Dessas, 55 evoluíram para óbito. Os números de 2023 totalizaram 2.428 internações e 101 mortes. Já em 2024, o número total alcançou 2.306 internações e 107 óbitos.
Prevenção e exames genéticos
A cardiologista Ximena Ferrugem Rosa, profissional que atua no HBDF, ressalta que o acompanhamento preventivo é crucial. A médica orienta a atenção especial às pessoas que têm histórico familiar de doenças cardíacas, hipertensão ou diabetes.
A profissional afirma que a medicina evoluiu para permitir uma avaliação de risco mais precisa. “Conhecendo o histórico de doenças na família, podemos prever quem tem mais risco. Hoje vivemos um momento da Medicina em que conseguimos realizar testes genéticos para calcular esse risco e fazer intervenções pontuais nos indivíduos mais vulneráveis”, explica.
A cardiologista também recomenda a adoção de uma rotina de vida mais saudável. Ela menciona a importância de se evitar o consumo excessivo de sal e açúcar, bem como manter uma rotina de atividades físicas regulares.
Em relação aos riscos atuais, Ximena Ferrugem faz um alerta sobre o uso de anabolizantes. “É fundamental se evitar o uso de drogas e de esteroides anabolizantes, como a testosterona, tão comuns atualmente. Os cardiologistas têm observado um aumento nos casos de infarto relacionados ao uso inadequado desses hormônios”, alerta Ximena Ferrugem Rosa, sobre os riscos do uso de anabolizantes.
Sintomas silenciosos e arritmias
Em geral, as doenças cardiovasculares manifestam-se por meio de sintomas como falta de ar e dor no peito. Esta dor pode se espalhar para o queixo, pescoço, braços, costas ou abdômen superior, especialmente durante a execução de esforços físicos. Palpitações, inchaço nas pernas ao acordar e desmaios também podem acontecer.
A cardiologista explica que a falta de ar, em muitos casos, é interpretada apenas como cansaço. “Muitas vezes a falta de ar é percebida como cansaço ou dificuldade para se realizar atividades antes simples, então é importante se ficar atento”, reitera Ximena.
A médica também enfatiza que algumas doenças cardíacas podem ser assintomáticas ou se apresentar com sinais variados. Isso acontece, em especial, em mulheres, idosos e pessoas com diabetes. A esse respeito, a cardiologista concluiu. “Às vezes, um episódio de suor excessivo acompanhado de náusea e mal-estar estomacal, em indivíduos com maior risco cardiovascular, já é motivo de preocupação. A morte súbita pode ser a primeira manifestação de uma doença cardíaca grave”, concluiu.
No contexto das arritmias, o coração deve ultrapassar 100 batimentos por minuto em situações de liberação de adrenalina, como durante esforço físico, estresse, ansiedade, dor, desidratação ou infecção. É necessário ter atenção e procurar a investigação médica quando a aceleração ocorre em repouso. A mesma preocupação vale se a aceleração persiste por vários minutos depois do fim da atividade física. “Isso vale para casos em que a aceleração vem acompanhada de tontura, dor no peito, falta de ar ou até desmaio”, complementa Ximena Ferugem.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.










