Por Kleber Karpov
A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), rebateu, na terça-feira (02/Out), as declarações do advogado Paulo Renato Cintra, defensor do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem. A intervenção ocorreu durante o julgamento do núcleo 1 da trama golpista, que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus.
Confusão de termos
Durante sua sustentação oral, o advogado Cintra utilizou as expressões “voto impresso” e “voto auditável” como sinônimas ao defender que Ramagem não participou da disseminação de desinformação contra o sistema eleitoral.
Na condição de presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a ministra Cármen Lúcia interveio com veemência para corrigir o advogado, afirmando que os termos não são equivalentes e que as urnas eletrônicas são auditáveis desde sua implementação, em 1996.
“Vossa Senhoria usou, com muita frequência, como se fosse a mesma coisa, não é. O que foi dito o tempo todo é essa confusão para criar uma confusão na cabeça da brasileira e do brasileiro para colocar em xeque”, afirmou a ministra.
Após a repreensão, o advogado esclareceu que usou as expressões como sinônimos porque eram os termos empregados nas conversas de WhatsApp entre Jair Bolsonaro e seus aliados, material que consta na acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Defesa de Ramagem
A sustentação oral ocorreu no julgamento do núcleo 1 da trama golpista, no qual Ramagem é um dos réus. Em sua defesa, Cintra também argumentou que os casos de monitoramento ilegal mencionados na denúncia da PGR ocorreram antes da posse de seu cliente no comando da Abin.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.










