Por Kleber Karpov
O Ambulatório de Cardiologia do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) recebeu, nesta quinta-feira (14/Ago), 25 novos esfigmomanômetros, aparelhos de alta precisão para medir a pressão arterial, que irão reforçar e agilizar o cuidado com os pacientes. A entrega, realizada pela Diretoria de Inovação, Ensino e Pesquisa (DIEP) do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (IgesDF), é um legado direto de uma pesquisa clínica desenvolvida na unidade, que reverte os equipamentos utilizados para a melhoria da assistência.
Os equipamentos beneficiam diretamente pacientes com doenças cardíacas e fatores de risco como a hipertensão, que dependem de aferições constantes e precisas. “Um dos grandes pilares do nosso trabalho é o controle da pressão arterial para reduzir o risco cardiovascular e prevenir complicações. Essa doação vem suprir uma necessidade muito importante”, afirma a chefe do serviço de cardiologia, Gabriela Thevenard. A gerente-geral de assistência do HBDF, Fernanda Hak, reforça o foco no usuário do sistema: “Cada equipamento novo é uma ferramenta a mais para qualificar nosso trabalho e cuidar melhor de quem é o motivo de estarmos aqui: o paciente.”
Legado da ciência
Paradoxalmente, o reforço em equipamentos básicos para o dia a dia do ambulatório não veio de uma compra de rotina, mas como resultado de uma pesquisa clínica patrocinada. O estudo foi conduzido no HBDF em parceria com a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Hospital Albert Einstein (SBIBHAE). Ao final do projeto, os aparelhos utilizados foram integralmente doados ao hospital.
Segundo a diretora da DIEP, Emanuela Dourado, a ação segue uma determinação da Resolução RDE 20/2023, que garante um retorno prático dos investimentos em pesquisa. “Quando o pesquisador recebe recursos para um estudo, parte deles é revertida para a unidade. Cabe ao pesquisador identificar as necessidades do serviço e a melhor forma de beneficiar a equipe e os pacientes”, explica.
Impacto direto para quem precisa
A chegada dos aparelhos foi comemorada por quem depende do serviço. Júlia Marques Ferreira, que faz acompanhamento cardiológico a cada seis meses na unidade, viu a novidade como um sinal de melhoria. “Sou sempre muito bem tratada aqui. Acredito que quanto mais equipamentos o hospital tiver, melhor será para todos nós que precisamos”, lembra.
Para Ylana Leal, gerente de pesquisa substituta da DIEP, a entrega materializa o propósito da investigação científica no ambiente hospitalar. “Muitas pesquisas ficam restritas ao meio acadêmico. Aqui, conseguimos transformar resultados científicos em melhorias reais no atendimento”, completa.
O estudo, liderado pela cardiologista Ana Cláudia Nogueira e financiado pelo Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (PROADI-SUS), do Ministério da Saúde, avaliou se a manutenção da pressão arterial sistólica em níveis mais baixos que o padrão atual poderia reduzir eventos cardiovasculares graves, como infarto e AVC, em pacientes com diabetes mellitus. No Hospital de Base, 89 pacientes participaram da pesquisa entre 2019 e 2025, e o estudo segue em andamento em outras regiões do país.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.










