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27 abr 2024 06:42


Excelência médica viabiliza cirurgia para tratamento de criança que nasceu com 4 rins

Conhecimentos e experiência da equipe de urologia do Hospital da Criança de Brasília José Alencar permitiram a realização da cirurgia para retirada de um dos órgãos; HCB tem histórico de intervenções em casos pediátricos raros e complexos

O Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB) deu alta para criança que nasceu com quatro rins. A menina Isis, de 1 ano de idade, precisou passar por uma cirurgia para retirar um dos órgãos extras: ainda nas ultrassonografias do pré-natal, descobriu-se que ela nasceria com uma malformação. O procedimento realizado no início do mês exigiu um acompanhamento constante até a alta. A menina continuará sendo acompanhada pela equipe do HCB.

O procedimento realizado no início do mês exigiu um acompanhamento constante até a alta. A menina continuará sendo acompanhada pela equipe do HCB | Foto: Divulgação/HCB

“Aqui, posso dizer que somos especializados em raridades e esse caso é raro. Nos especializamos em tratar, tanto clínica como cirurgicamente, malformações congênitas”, afirma Hélio Buson, urologista-pediátrico coordenador da urologia pediátrica do HCB.

“Mais ou menos 10% de todas as crianças que nascem no mundo inteiro vão ter alguma malformação congênita, que podem acontecer em todos os órgãos do corpo humano. No caso de Isis, o quadro estava relacionado à estrutura que dá origem aos rins. A menina nasceu com quatro rins ao todo, dois em cada lado do corpo, sendo que os rins inferiores estavam ligados. A condição é chamada de ‘rins em ferradura’, por causa do formato adotado pelos órgãos unidos, mas que não oferece riscos a Isis.”

O fato de uma criança nascer com mais de dois rins, por si só, não é um problema. Porém, um dos rins de Isis estava obstruído, causando um inchaço que prejudicava os órgãos vizinhos. “Esse rim estava tão grande que impedia os outros órgãos de funcionar a contento. O intestino dela, o diafragma e os pulmões estavam completamente comprimidos por essa grande massa”, conta Buson.

A equipe do Hospital da Criança de Brasília realizou a drenagem do rim e, posteriormente, um procedimento cirúrgico para retirar o órgão, já que ele não tinha função. “Não há nenhum motivo para manter um rim que não filtra o sangue. Como ela tinha três outros rins que funcionavam muito bem, chegamos à conclusão que esse tinha que ser retirado, senão iria trazer prejuízos muito grandes para a saúde”, relata o médico.

Histórico de cirurgias complexas

O médico Hélio Buson urologista-pediátrico explica que um dos rins “estava tão grande que impedia os outros órgãos de funcionar a contento. O intestino dela, o diafragma, os pulmões estavam completamente comprimidos por essa grande massa” | Imagem: Captura de Tela/HCB

Esta não é a primeira cirurgia complexa realizada pela equipe de urologia pediátrica do HCB. Desde 2019, o hospital faz procedimentos de correção de extrofia de bexiga utilizando a técnica de Kelley, com participação de médicos que integram o Grupo Cooperativo Brasileiro Multi-Institucional para o Tratamento de Extrofia de Bexiga pela Técnica de Kelley. Na segunda-feira (22), o procedimento deverá ser realizado – pela primeira vez, apenas por profissionais do HCB.

Além da urologia, o hospital também conta com experiências positivas em outras especialidades. Em novembro de 2023, foi realizada uma neurocirurgia para tratamento de epilepsia. Parte do procedimento foi feito com a paciente, uma adolescente de 18 anos, acordada: como a região do cérebro que precisava passar por ressecção ficava muito próxima da área responsável pela fala, a paciente precisou ser capaz de conversar durante a cirurgia.

“Nesses casos, a cirurgia normalmente começa com a sedação. O cirurgião expõe o cérebro, porque quer monitorizar a área da fala, saber se está fazendo sentido”, conta o neurocirurgião do HCB Paulo Leão.

A paciente foi diagnosticada com epilepsia aos 6 anos de idade e começou a ser tratada na rede pública de saúde, sendo transferida para o HCB logo que o hospital foi inaugurado. Depois de passar por consultas e exames, chegou-se à conclusão de que a cirurgia era recomendada. Como a adolescente poderia se chocar por estar acordada durante o procedimento, foi realizada uma simulação na véspera do procedimento, para que ela não se assustasse com o ambiente cirúrgico.

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