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27 abr 2024 13:50


Obsoleto: com pouco mais de três anos, PIX enterra DOC, nesta segunda (15)

Desesperada, TED queridinha da Faria Lima resiste, mas acredita que pode estar com dias contados

Por Kleber Karpov

Com uma carreira meteórica, após ser lançado em outubro de 2020, a modalidade de transferência instantânea de dinheiro, o PIX enterra a partir desta segunda-feira (15/Jan), a transferência de dinheiro por meio de Documento de Ordem de Crédito (DOC). Aos 40 anos de idade, o DOC, opção para se transferir valores de até R$ 5 mil, amplamente utilizada por empresas e pessoas físicas não resistiu ao desuso e deve deixar de ser oferecidos pelos bancos.

Importante observar que ainda em 2022, o PIX começou a mandar o DOC para os cuidados paliativos, ocasião em que a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em reunião com 122 bancos associados, declararam a falência operacional do DOC como meio de transferência de dinheiro entre contas correntes.

Conforme lembrou recentemente, Walter Faria, diretor-adjunto de serviços da Febraban, em nota enviada à imprensa, a morte anunciada do DOC se deu, tanto em decorrência da instantaneidade da transferência quanto pela gratuidade da transação bancária e os montantes passíveis de transferência.

“Os clientes têm dado preferência ao PIX, por ser gratuito, instantâneo e também pelo valor que pode ser transacionado”, disse anunciar a sentença de morte. “Tanto a TEC quanto o DOC deixaram de ser a primeira opção dos clientes e sua utilização vem caindo continuamente nos últimos anos”, concluiu.

‘Arrasando corações’

As informações de Faria se confirmam, ao se analisar, por exemplo, levantamento da Febraban, com base em dados do Banco Central do Brasil (BC), do primeiro semestre de 2023, em relação os tipos de transações bancárias realizadas. As transações por DOC somaram 18,3 milhões de operações equivalente a apenas 0,05% do total de 37 bilhões de operações feitas no período.

Nesse mesmo período, as transações por DOC ficaram atrás dos cheques (125 milhões), da TED (448 milhões), dos boletos (2,09 bilhões), do cartão de débito (8,4 bilhões) e do cartão de crédito (8,4 bilhões). O PIX, por sua vez, mostrou ao que veio ao arrasar o os corações dos brasileiros com 17,6 bilhões de operações nesse mesmo período.

Não foi sozinho

Menos conhecida, talvez pela timidez, o DOC não partiu sozinho. Os bancos também devem deixar de oferecer, a partir das 22 horas desta segunda-feira (15/Jan), a Transferência Especial de Crédito (TEC), modalidade por meio da qual empresas podem pagar benefícios a funcionários. O motivo, a TEC também morreu por depressão profunda, em decorrência do desuso nas instituições bancárias.

TED Desesperada

Queridinha da ‘Faria Lima’, por permitir a transferência de valores altos, acima dos R$ 5 mil, a Transferência Eletrônica Disponível (TED), 22 anos, continua em vigor, porém, extremamente preocupada. Ao Política Distrital (PD), a TED confidenciou o receio de também poder estar com os dias contados.

“Já não sei o que fazer, todos agora só falam nesse PIX. A cada dia que passa estou sendo menos procurada, até os pagamentos de salários, já estão fazendo PIX, o que será de mim?”, questionou a TED, por enquanto, na ativa.

Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/Universidade de São Paulo (USP);

Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.

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