Caso reflete queda na adesão às vacinas obrigatórias
Por Kleber Karpov
Cai o número de pessoas que procuram os postos de saúde para se vacinar contra a gripe e o Papiloma Vírus Humano (HPV). De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF), 14.700 doses da vacina contra o HPV podem ser descartadas, em setembro, se não houver procura da vacinação no DF.
Em entrevista realizada no programa Conexão Senado, o diretor da Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm), o infectologista Guido Levi falou sobre os diversos motivos que contribuem para a redução da procura, por parte da população, para receber a vacinação oferecida pelo governo. Entre as causas, o desinteresse em completar as tabelas ou fases de vacinações.
Confira o áudio abaixo:
Falta de informação
Embora o fenômeno seja nacional, para a escritora Luciene Rodrigues, 36 anos, a falta de informação eficiente e de planejamento por parte do governo estão entre as causas do desperdício. Luciene critica e atribui à deficiência na realização de campanhas educativas eficientes a existência de estoques a serem descartados pelas secretarias de Saúde em todo país.
“Se os governos utilizassem a divulgação institucional para realizar campanhas educativas e eficientes, dificilmente teríamos tantos desperdícios dessa natureza. No caso da vacina para HPV, direcionada inicialmente para um público de crianças e adolescentes, se os governantes, os secretários de saúde sabem que têm doses sobrando, poderiam estender à população adulta. Certamente, teriam uma grande adesão, principalmente das mulheres que iriam procurar os postos de saúde para se imunizarem. A mesma situação nós tivemos aqui no DF, há poucos meses, com a vacinação contra gripe para crianças até cinco anos, professores, idosos. Houve baixa adesão e soubemos pelos noticiários na imprensa que o governo estendeu para além do grupo de risco. Mas não lembro de ter visto uma campanha no sentido de comunicar à população, de forma eficiente que incluiram outros grupos de pessoas na vacinação. Enquanto isso vimos o nosso dinheiro, de todos nós contribuintes, ir para o ralo, ou melhor, para o lixo.”,
Com informações de Conexão Senado