Por Kleber Karpov
Moradores dos Complexos do Alemão e da Penha realizaram (29/Out) um protesto em frente ao Palácio Guanabara, sede do governo do Rio de Janeiro. O grupo acusou o governador Cláudio Castro de ser o responsável pela operação policial que deixou mais de 100 mortos na região, classificada pelos manifestantes como uma “carnificina”. O ato foi escoltado por policiais do Batalhão Tático Móvel da Polícia Militar desde o Complexo da Penha até a sede do governo.
Os manifestantes exibiram cartazes com frases como “estado genocida”, “todas as vidas importam”, “150 mortes por uma guerra política” e “Castro assassino”. Durante o protesto, também foram utilizadas dezenas de bandeiras do Brasil com manchas vermelhas.
Acusações ao governo
A moradora da região e ativista negra, Rute Sales, criticou a ação e a falta de responsabilização do governador pelas mortes. “Não é possível que esse governador não seja responsabilizado por tantas vidas. Ou nós já temos pena de morte no país? O que aconteceu dentro da comunidade foi um genocídio. Toda véspera de eleição, tem uma estratégia de entrar nas nossas comunidades, matar o nosso povo e causar o terror. Os corpos estão sendo usados politicamente. E os corpos que tombam são os nossos, do povo preto e do povo pobre. Não aguentamos mais”.
Posição de Cláudio Castro
Apesar do número de mortos e das denúncias feitas por moradores sobre execuções e torturas nas comunidades, o governador Cláudio Castro afirmou que a operação foi um “sucesso”. O governador disse ter dado um “duro golpe na criminalidade” e negou que tenha havido precipitação das forças de segurança. Segundo Castro, as únicas vítimas dos confrontos foram os quatro policiais mortos durante a ação.
Resposta federal
O ato ocorreu pouco antes de uma reunião entre o governador Cláudio Castro e o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. Ambos anunciaram a criação de um escritório emergencial para enfrentar o crime organizado no estado, visando melhorar a integração entre as esferas federal e estadual.
A coordenação do escritório será compartilhada entre o secretário nacional de Segurança Pública, Mario Sarrubbo, e o secretário de Segurança Pública do Rio, Victor Santos. O ministro Lewandowski informou ainda que o governo federal aumentará o efetivo da Polícia Rodoviária Federal em 50 agentes e o número de agentes de inteligência no estado.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.










