Por Kleber Karpov
Em depoimento, nesta quinta-feira (5/Jun), à Polícia Federal, o ex-presidente, Jair Messias Bolsonaro (PL/RJ), negou ter realizado contato com autoridades do governo dos Estados Unidos. Segundo o ex-mandatário do país, o filho, o deputado federal, Eduardo Bolsonaro (PL/SP), age por conta própria, nos EUA, ao pedir sanções contra autoridades brasileiras.
A afirmação ocorreu no inquérito de investigação da atuação do filho, na incitação do governo norte-americano, contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e seus familiares. Dentre esses, Alexandre de Moraes, relator do caso, também responsável por ter conduzido investigação no inquérito das fake news, e da tentativa de golpe de Estado.
Questionado pela PF, sobre eventual atuação, coordenada com o filho nos EUA, Bolsonaro, que confirmou ter enviado cerca de R$ 2 milhões ao Eduardo Bolsonaro. Valores esses, segundo o ex-presidente, repassados diretamente da própria conta bancária, proveniente das arrecadações de doações em Pix realizadas por apoiadores, em 2023.
Porém, o ex-presidente foi categórico em negar ter participação na tentativa de incitar o governo norte-americano contra autoridades brasileiras. Segundo Bolsonaro, em trecho do depoimento, “as ações realizadas por Eduardo Bolsonaro são independentes e realizadas por conta própria; que não auxilia ou determina a Eduardo Bolsonaro qualquer tipo de ação nos Estados Unidos”.
Licença do mandato
O deputado se licenciou na Câmara Federal, em março, por um período de cerca de 120 dias para viajar aos EUA, onde acabou por fixar residência. Segundo o próprio Eduardo Bolsonaro, para denunciar, dentre outras justificativas, a ditadura do Judiciário brasileiro, em especial de Moraes.
Com a abertura do inquérito, também conduzido por Moraes, por ser juiz natural da causa, somado a diversas provas, apresentadas em denúncia contra o deputado, em que Eduardo Bolsonaro, assume responsabilidade de anúncio de possíveis sanções a membros do judiciário brasileiro, por parte do governo dos EUA, as chances de retorno ao mandato, parecem ser, mínimas.
Defesa
Com a abertura do inquérito, Eduardo Bolsonaro considerou a medida “injusta e desesperada”, o que para o parlamentar “Só configura aquilo que sempre falamos: o Brasil vive um regime de exceção, onde tudo no Judiciário depende de quem seja o cliente”, declarou.
