Por Kleber Karpov
Balanço deste ano, coletados a partir de dados de boletins epidemiológicos do Ministério da Saúde (MS) e da Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF), consolida o Distrito Federal como uma das capitais com menor taxa de detecção de sífilis, adquirida do país, com registro de 119,1 casos por 100 mil habitantes. Resultado obtido em relação a infecção Sexualmente Transmissível (IST) que, em gestantes, apresenta o risco de transmissão vertical para o feto, se dá graças à intensificação da qualificação do pré-natal, a ampliação da testagem rápida e a garantia de tratamento oportuno aos pacientes. A capital federal integra o grupo de excelência juntamente as capitais de Aracaju (SE), Porto Alegre (RS), Fortaleza (CE), Macapá (AP), Belém (PA) e Teresina (PI).
Transmissão e processo de certificação
De acordo com informações da SES-DF, a principal via de contágio vertical ocorre através da placenta, de forma transplacentária. Contudo, a infecção também pode ser transmitida durante o parto, mediante o contato direto do bebê com lesões ativas na mãe.
A ausência de tratamento adequado durante o período da gestação impõe riscos graves, como o aborto, o natimorto e o parto prematuro. Adicionalmente, pode levar à morte neonatal e ao surgimento de sequelas congênitas no recém-nascido.
O processo de certificação para eliminação da transmissão vertical da sífilis faz parte de uma iniciativa global que é liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). No Brasil, o modelo internacional foi adaptado para a certificação de estados e municípios com população superior a 100 mil habitantes, abrangendo outras infecções, como o HIV e a hepatite B.
Controle de ISTs e resultados no DF
A SES-DF indica ainda que o Distrito Federal alcançou o selo de certificação pela eliminação da transmissão vertical do HIV, juntamente com 151 municípios em todo o país, além de se somar a seis estados reconhecidos com algum tipo de selo ou certificação de eliminação da transmissão. No total nacional, 228 certificações municipais estão vigentes, dessas 139 especificamente ligadas ao HIV.
Daniela Magalhães, referência técnica da vigilância da sífilis no DF, destacou que o conjunto de estratégias implementadas tem produzido resultados consistentes na rede pública. Ela explicou a razão do sucesso no controle da infecção pediátrica.
“Nos últimos anos, conseguimos manter a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde e pela Opas, que é manter em zero o número de crianças infectadas. As crianças nascem expostas. A transmissão só acontece quando a gestante não realiza o tratamento ou quando há amamentação em casos ativos. A redução é fruto de um trabalho intenso de qualificação do pré-natal, ampliação da testagem rápida e tratamento oportuno”, afirmou Daniela Magalhães.
Na esfera federal, os dados demonstram avanços no controle de outras ISTs. O Brasil registrou no ano de 2023 a menor taxa de mortalidade por Aids desde o ano de 2013, alcançando 3,9 óbitos a cada 100 mil habitantes. A cobertura do pré-natal atingiu patamares recordes: mais de noventa e cinco por cento das gestantes realizaram ao menos uma consulta e foram submetidas ao teste de HIV, com início imediato do tratamento para as pacientes que vivem com o vírus.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.










