Por Kleber Karpov
O Distrito Federal passou a ofertar, em parceria ao programa “Agora Tem Especialistas”, do Ministério da Saúde (MS) com a Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF), o novo método de rastreamento do câncer de colo do útero, geralmente causado pelo papilomavírus humano (HPV), por meio do exame molecular DNA-HPV. O lançamento ocorreu na sexta-feira (15/Ago), na Unidade Básica de Saúde (UBS) 7 na Região Administrativa (RA) Samambaia.
A ação deve impactar, no DF, a saúde estimada de 167 mil mulheres, segundo informações da SES-DF, em especial, por reduzir o tempo de espera por consultas, exames e cirurgias em áreas essenciais no Sistema Único de Saúde (SUS), como a oncologia. O que na avaliação do superintendente da Região de Saúde Sudoeste, André Luiz de Queiroz, representa um avanço decisivo no cuidado preventivo.
“Como cirurgião oncológico, sei o sofrimento que o câncer causa. Nosso intuito é erradicar casos graves e evitar que mulheres cheguem ao pronto-socorro com tumores avançados e famílias devastadas”, disse Queiroz.
Inovação essa classificada pela Gerente da UBS 7, Shirelle Marques, como “padrão-ouro”, com possibilidade de redução significativa do número de óbitos por câncer do colo do útero. “Esse exame é padrão-ouro no mundo e vai reduzir drasticamente o número de mortes por câncer de colo do útero. É um orgulho para a nossa equipe oferecer esse cuidado a uma população tão vulnerável, que depende fortemente do SUS.”
Mudança de protocolo
A novidade muda o protocolo de rastreamento para mulheres de 25 a 64 anos. A coleta, semelhante ao Papanicolau, tem uma diferença crucial: a amostra é enviada para análise em laboratório especializado para busca do DNA viral. Caso o resultado seja negativo para o HPV, a mulher recebe orientação para um novo exame apenas após cinco anos, em vez do intervalo de três anos do Papanicolau.
A estratégia do Ministério da Saúde visa otimizar os recursos do Sistema Único de Saúde (SUS). O novo método reduz a necessidade de exames de rotina, libera vagas em postos de coleta e diminui o número de encaminhamentos desnecessários para exames secundários, como a colposcopia.
Exame
Produzida pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná, ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a tecnologia pode identificar até 14 genótipos do HPV antes do surgimento de lesões ou de tumores cancerígenos em estágio iniciais — ainda que em mulheres assintomáticas —, o que aumenta as chances de cura pelo diagnóstico precoce.
Isso porque, uma vez contaminado pelo HPV, o vírus pode infectar a pele e as mucosas oral, genital e anal. Em muitos casos, sem sintomas, mas com possibilidade de provocar lesões que evoluem para câncer, como o de colo do útero — terceiro tipo mais incidente em mulheres. — daí a importância da realização de exames para prevenir contra a evolução da doença.
“Essa tecnologia aproxima o serviço de quem mais precisa, facilita o acesso e permite que o diagnóstico seja feito de forma simples e precisa”, ressalta o coordenador da Atenção Primária à Saúde da SES-DF, Fernando Erick Moreira. “É um passo importante para fortalecer a atenção primária como porta de entrada e garantir que a prevenção chegue a todas as regiões da capital federal”.
No teste de DNA, a coleta é similar à do Papanicolau com a colega de secreção do colo do útero. Mas, em vez de colocar a secreção em uma lâmina, a amostra é enviada para análise em laboratório especializado para busca do DNA do HPV. Caso o resultado seja negativo para o HPV, a mulher recebe orientação para um novo exame apenas após cinco anos, em vez do intervalo de três anos do Papanicolau.
Público-Alvo
O público-alvo inclui mulheres cis, homens trans, pessoas não binárias, de gênero fluido e intersexuais com sistema reprodutivo feminino, na faixa etária de 25 a 64 anos. Pacientes em situação de rua ou privadas de liberdade também poderão realizar a autocoleta, com orientação de profissionais de saúde.
“Estamos levando essa tecnologia a 12 estados prioritários, como DF, São Paulo, Rio de Janeiro e Pará, com a meta de alcançar todo o País até 2026. Esse exame aumenta nossas chances de detectar a doença no início e salvar vidas, reforçando o compromisso de reduzir o tempo de espera e oferecer um cuidado mais ágil e eficiente no SUS”, afirma o diretor de Programas do Ministério da Saúde, Allan Nuno.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.










