Por Kleber Karpov
O setor de enfermagem no Brasil registrou um aumento de quase 44% no número de postos de trabalho entre os anos de 2017 e 2022. A quantidade de vínculos saltou de cerca de 1 milhão para 1,5 milhão, de acordo com os dados da Demografia e Mercado de Trabalho em Enfermagem no Brasil, divulgados em Brasília, nesta terça-feira (11/nov), pelo Ministério da Saúde (MS). O crescimento decorreu do aumento da demanda por serviços de saúde, especialmente durante a pandemia de covid-19.
A Demografia e Mercado de Trabalho em Enfermagem no Brasil traça uma radiografia do setor. A enfermagem concentra o maior número de postos de trabalho da saúde no país, considerando enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem. O total de postos de trabalho na área cresceu em todos os níveis de atenção à saúde.
Crescimento em diferentes complexidades
O levantamento, indicou crescimento na atenção primária, na média complexidade e ainda, com crescimento mais expressivo, na alta complexidade. A quantidade passou de 635 mil postos de trabalho em 2017 para quase 900 mil em 2022, um aumento de 41% no período.
As atenções primária e secundária, no mesmo intervalo, saltaram de 204 mil para 285 mil postos (39,2%) e de 171 mil para 238 mil (39%), respectivamente. O crescimento do setor de enfermagem se refletiu em todas as regiões do país. O Nordeste registrou aumento de 46,3%, e o Norte, de 43,8%.
Impacto da covid-19 nas contratações
O período de 2020 a 2022, que marcou o auge da pandemia, registrou aumentos significativos na contratação de enfermeiros e técnicos de enfermagem, sobretudo no setor público.
A pasta avaliou que “esse movimento é compatível com a necessidade de ampliação da resposta à pandemia, que exigiu investimentos em equipes para atender à alta demanda por serviços hospitalares, unidades de terapia intensiva e vacinação em massa”.
Na atenção primária, o número de enfermeiros aumentou 42%, enquanto o de técnicos de enfermagem cresceu 77% no setor público.
Perfil da força de trabalho
A região Centro-Oeste se destacou com o maior crescimento no período, de 57,3%. O Sudeste teve o menor índice, de 34,9%, mas permanece como a região com a maior concentração de postos de trabalho.
A maior parte dos profissionais possui jornadas de 31 a 40 horas semanais. A média salarial varia entre dois e três salários mínimos — o equivalente a R$ 3.036 e R$ 4.554. Cerca de 67% dos vínculos trabalhistas estão sob regime celetista (CLT).
As mulheres representam cerca de 85% da força de trabalho da enfermagem no país. O setor público concentra 61,9% dos vínculos profissionais. Enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem constituem a maior parcela dos profissionais que atuam no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). O ministério destacou:
“Esses profissionais atuam diretamente no cuidado aos pacientes, sendo essenciais para a promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde. A presença desses trabalhadores é indispensável em todos os níveis de atenção, desde a atenção básica até os serviços de alta complexidade”, afirmou a pasta.
O estudo também revelou o crescimento expressivo do setor privado no ensino de graduação e técnico de enfermagem. A modalidade de ensino a distância (EaD) respondeu por 50,3% das vagas ofertadas em 2022. Esse cenário serviu de alerta para o governo federal e as entidades de saúde, apesar de o aumento de estudantes no ensino superior ser uma necessidade para ampliar o quantitativo de profissionais.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.










